Pessoas que já contraíram tipos de resfriados mais amenos de variantes do coronavírus podem ter imunidade contra a covid-19, mesmo sem tê-la contraído, segundo um estudo publicado na revista científica Science.
O estudo sugere que de 20% a 50% das pessoas que já contraíram algum tipo de coronavírus mais leve têm uma resposta imune reativa ao novo vírus — exatamente porque o corpo é capaz de se lembrar.
Analisando amostras de sangue humanas datadas de 2019, antes de o SARS-CoV-2 começar a circular, os pesquisadores mapearam 142 epítopos de células T (também conhecidas como linfócitos T, ajudam o organismo na defesa de infecções).
Para os pesquisadores, isso não significa que os indivíduos que contraíram as variações OC43, 229E, NL63 e HKU1 do coronavírus estão necessariamente imunes à nova variante, mas que “a memória de células T para os coronavírus que causam o resfriado comum pode ajudar a entender a pelo menos uma parte da extensa heterogeneidade observada na covid-19”.
O Sars-CoV-2 já afeta o mundo e a economia há mais de seis meses. Desde o início da pandemia, que começou a assolar outros lugares fora da China em janeiro, cientistas e pesquisadores têm tentado encontrar uma solução para a doença.
Já são 18.563.065 infectados globalmente e 701.085 mortes. O Brasil, segundo país com mais casos, tem 2.801.921 doentes e 95.819 óbitos, segundo o monitoramento em tempo real da universidade americana Johns Hopkins.
De acordo com o relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) do dia 31 de julho, 26 vacinas estão em fase de testes e outras 139 estão em desenvolvimento. Das 26 em testes clínicos, 6 estão na fase III.
Outros tratamentos têm sido testados, como o de anticorpos. Recentemente pesquisadores da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, descobriram novos anticorpos capazes de neutralizar a covid-19.
Um estudo divulgado neste mês pela universidade King’s College, de Londres, indicou que os níveis de anticorpos contra o coronavírus chegam ao pico três semanas após o início dos sintomas. No entanto, a contagem de anticorpos diminui rapidamente nas semanas seguintes.
Outra pesquisa, feita com base em um vírus semelhante por pesquisadores de Singapura, informa que a proteção contra o vírus podem ser “lembrada” por anos pelo organismo humano. Um tipo de células do sistema imunológico, as células T, ainda estão ativas contra o vírus Sars (também da família coronavírus) 17 anos depois da infecção.
Apesar do avanço das pesquisas, o tempo de duração da imunidade contra o novo coronavírus permanece um mistério e apenas mais estudos sobre o tema poderão revelar por quanto tempo o corpo humano pode ficar protegido de novas infecções.