Sustentabilidade da Saúde exige gestão populacional
Para especialistas reunidos em evento da ASAP, é preciso mudar foco para a prevenção
10/04/2014

Não se trata apenas de reduzir custos e manter as “empresas que cuidam da doença” longe de um futuro apocalíptico tantas vezes prenunciado. A gestão de saúde populacional, conjunto de práticas de promoção coletiva do bem estar – e consequente afastamento das doenças, principalmente as crônicas -, é um tema que ganha força não só em países desenvolvidos, mas também no Brasil. Prova disto é a realização, em São Paulo, do Congresso Internacional 2014 da Aliança para a Saúde Populacional, ASAP.

A pretensão dos organizadores, parceiros oriundos principalmente do setor de saúde suplementar, é realizar “o maior evento de gestão de saúde brasileiro”, reunindo cerca de 500 interessados de várias áreas para discutir temas relacionados. Para o presidente da ASAP e um dos fundadores da operadora Amil, Paulo Marcos Senra Souza, o setor está “em um novo século com práticas do século passado”. Diante de um cenário ainda tão retrógrado, a expectativa para o evento nos próximos anos só pode ser de crescimento.

“A saúde ainda discute se envelhecimento é bom, se tecnologia é boa, se falta gestão ou financiamento. Isto tudo é óbvio! Continuamos batendo na mesma tecla sem buscar soluções, resultados, modelos ou propostas integradas”, esbravejou o médico e executivo, motivado principalmente pelo que identifica como uma atenção excessiva à doença, não à saúde. “Se continuarmos pensando que gestão de saúde é excesso de financiamento vamos ficar no passado.”, analisou Souza.

Um dos caminhos escolhidos pela ASAP para  fomentar boas práticas de prevenção é uma colaboração com a Agência Nacional de Saúde Suplementar, a ANS, com o objetivo de fornecer subsídios metodológicos para a fiscalização de programas corporativos de gestão de saúde. A ANS recebe projetos deste tipo, mas não possui meios atuais de saber se, e como, são realmente cumpridos.

Trata-se de uma tentativa da ASAP de tornar-se uma liderança em metodologia e indicadores de avaliação e monitoria em saúde ocupacional no mercado brasileiro, que ainda engatinha. “A gente conseguiria ser imediatamente uma referência pra o setor”, explica Marilia Ehl Barbosa, superintendente executiva da aliança.

A executiva apresentou durante o Congresso outros objetivos da ASAP para os próximos dois anos. Entre eles, e já pensando no acordo com a agência reguladora, está a padronização de dados e informações de saúde suplementar, publicados em forma de publicações. Um deles, o Caderno ASAP de Gestão de Doenças Crônicas, está sendo lançado durante o próprio evento. Esta integração de informações inclui a criação de um banco de dados com indicadores de resultados para servir de referência, “se realmente quisermos que a parceria dê certo.”

Iniciativas de educação e treinamento também fazem parte do roadmap. “Queremos treinar gestores para que se formem e especializem em gestão”, disse Marilia, que pronunciou ainda a intenção da ASAP de conferir acreditações de qualidade nos próximos anos. Criou inclusive um comitê dedicado exclusivamente ao assunto, e cujos resultados devem ser sentidos nos próximos anos.

 





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