Três meses após Curitiba adotar o serviço de telessaúde – plataforma que permite aos médicos das unidades básicas trocar informações via web com especialistas do Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR) -, 1.092 casos de pacientes foram discutidos e 150 consultas com neurologistas feitas. Para a prefeitura, o serviço está atingindo o objetivo de aumentar a resolução dos casos na própria unidade básica.
Segundo Marta Borges, médica há cinco anos na unidade básica de saúde Vila Feliz, o médico muitas vezes precisa de uma segunda opinião, e que em 20% dos casos o encaminhamento para um neurologista é necessário.
Para o neurologista Marcos Lange, do HC, a rapidez na consulta especializada contribuiu na investigação clínica e resolução de muitos casos. Antes do telessaúde, explica, eram registradas 30% de faltas nas consultas, ou desaparecimento dos sintomas quando a data finalmente chegava. Com o sistema, é possível realizar a consulta antes que o caso evolua para algo mais complicado.
Com a ferramenta, os profissionais da atenção primária encaminham via e-mail suas dúvidas para especialistas, que têm 72 horas para dar a orientação sobre o caso. A troca tem contribuído para diminuição das filas na neurologia, que agora duram em média duas semanas.
Muitas vezes o paciente é encaminhado já com exames mais simples realizados. Em Curitiba foram feitos no período 149 tomografias solicitadas pelo telessaúde, conta Paulo Poli, diretor de atenção primária da Secretaria Municipal da Saúde.