A telemedicina como alternativa aliada durante a pandemia
19/06/2020

Procura por serviços de teleatendimento cresce em meio ao período de isolamento social, mostrando como a tecnologia pode colaborar para suprir a demanda diante do avanço do COVID-19, proporcionando aos pacientes um atendimento prático, assertivo e seguro

Em tempos de pandemia e isolamento social, o cotidiano da população tem sido bastante impactado, gerando mudanças na forma de acesso a diferentes tipos de serviço. A tecnologia tem desempenhado um importante papel neste contexto, sobretudo no setor da saúde, afetado diretamente pela crise. Neste cenário, os serviços de telemedicina têm sido aliados de instituições de públicas e privadas. Este recurso foi regulamentado no Brasil, com a liberação de consultas, orientação e monitoramento à distância, com o intuito de contribuir com medidas que auxiliem a realização de consultas remotamente, de maneira simples e prática, colaborando, desta forma, para suprir a demanda diante do avanço do COVID-19 .

As teleconsultas se mostram uma prática eficaz para médicos e pacientes, e cada vez mais profissionais de saúde têm se adaptado a este tipo de atendimento. Na Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, a estruturação da telemedicina teve início em março de 2020, quando foi elaborado um projeto de implantação que contempla as modalidades Teleorientação, Telemonitoramento e Teleinterconsulta. Na Teleorientação, os médicos realizam, à distância, a orientação e o encaminhamento de pacientes em isolamento. Já no Telemonitoramento, os pacientes podem ser monitorados à distância com a supervisão ou orientação de um médico. Na Teleinterconsulta, ocorre a troca de informações e opiniões exclusivamente entre médicos, para auxílio diagnóstico ou terapêutico.

A Dra. Erica Rabello Lopes da Costa, médica responsável pela implantação da telemedicina na Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, explica que o serviço surgiu para auxiliar equipes médicas no atendimento aos pacientes que, devido ao COVID-19, necessitam fazer o isolamento total. Ela também ressalta que a principal vantagem desta ferramenta é a facilidade do uso: “Utilizamos um aplicativo muito intuitivo, que se assemelha à videoconferência do WhatsApp, permitindo que pessoas de qualquer idade tenham acesso facilmente através do seu celular. Hoje, temos atendimento em diversas especialidades”. Erica complementa que a telemedicina possibilita o acompanhamento do paciente em quarentena após ele(a) ter tido alta . Ela explica que, após a internação, a equipe consegue seguir acompanhando a recuperação do paciente sem que ninguém fique em risco.

A médica ressalta que, para além do coronavírus, a telemedicina também permite a retomada dos atendimentos a outras doenças, como no caso de pacientes oncológicos com problemas cardíacos, e outras comorbidades que necessitam de acompanhamento, e que podem contar com este serviço para continuar o seu tratamento, sem risco de contaminação. “Além dessas vantagens, há a questão da mobilidade e alcance da internet”. Nos grandes centros urbanos, o recurso agiliza as consultas e evita que as pessoas percam tempo nos trajetos. Já nas outras regiões, a telemedicina atua como facilitadora de acesso, abrangendo áreas mais afastadas”, finaliza .

A telemedicina na iniciativa pública

Diante da pandemia do coronavírus, a entidade filantrópica sem fins lucrativos Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” (CEJAM) disponibiliza teleatendimento gratuito à população, conforme regulamentação do Conselho Federal de Medicina (CFM).

O serviço está disponível desde o dia 8 de abril, e conta com equipe multiprofissional composta por médicos e enfermeiros de plantão, com a função de esclarecer às pessoas dúvidas relacionadas à COVID-19, entre outros assuntos relacionados à saúde.

O CEJAM é uma organização social de saúde que atua em parceria com prefeituras locais, nas regiões onde atua, ou com o Governo do Estado, no gerenciamento de serviços e programas de saúde nos municípios de São Paulo, Rio de Janeiro, Mogi das Cruzes, Itu, Osasco, Embu das Artes, Cajamar, Campinas, Carapicuíba e Francisco Morato.

Iniciativas como estas mostram como essa modalidade de atendimento pode ser uma aliada no processo de inovação das práticas de saúde no futuro, tanto no âmbito público, quanto no privado.





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