Monitoramento remoto reduz internação hospitalar e consultas
'Big Brother' do coração monitora ritmo cardíaco e transfere informações clínicas à distância para médicos 1 estrela2 estrela3 estrela4 estrela5 estrelaRating 0 (0 votaram) Leia Também Saúde populacional Doenças cardiovasculares assombram saúde da mulher Regulação ANS: consumidor é fundamental no monitoramento de operadoras Paraná Secretaria envia SMS para lembrar pacientes de consultas e exames crédito: Shutterstock
26/03/2014

Congresso da Socesp (XXXV), realizado entre os dias 21 e 23 de março, apresentou tecnologia que possibilita o controle do coração do paciente à distância, sendo uma importante ferramenta para portadores de marcapasso ou outros dispositivos cardíacos (DCEI – Dispositivo Cardíaco Eletrônico Implantével).

Apelidado pelos cardiologistas de Big Brother do coração, o dispositivo, que parece um celular e pode ser carregado no bolso, tem condições de obter informações diagnósticas que são encaminhadas periodicamente para uma central e um médico responsável. No caso de um dado muito relevante, um alerta é enviado por email ou até mesmo SMS para o celular do médico. O aparelho, que ainda não é pago pelo SUS no Brasil, custa em média o valor de um aparelho celular.

Além de monitorar o ritmo cardíaco e o estado do sistema de estimulação cardíaca artificial, o dispositivo também pode obter e passar informações clínicas do paciente tais como: arritmias atrial e/ou ventriculares, quantidade de fluidos no tórax, diagnosticando precocemente insuficiência cardíaca: “Se, por exemplo, as taxas de fluidos estiverem altas, pode ser uma indicação de que o paciente está entrando em insuficiência cardíaca de maneira bastante precoce, quando o paciente ainda não apresenta nenhum sintoma clínico” afirma o especialista.

Segundo o cardiologista Silas Galvão, existem dificuldades para o controle de pacientes portadores de DCEI no Brasil e no mundo. O acompanhamento de um paciente portador desses dispositivos, de acordo com os protocolos médicos, deve ser iniciado nos primeiros 30 dias após o implante; seguido de revisões geralmente de três em três meses no 1º ano e de seis em seis nos anos subsequentes, exceto para casos especiais.

Para isso, é demandada grande número de consultas que dificilmente são possíveis de ser efetuadas na sua totalidade pelas clínicas de estimulação cardíaca artificial. “A monitorização remota, já bastante utilizada nos Estados Unidos e Europa, além de minimizar esse problema pode até mesmo salvar vidas, ao aumentar a eficiência no acompanhamento” explica Galvão, em comunicado.

No Brasil o sistema já está disponível desde 2004, no entanto não conseguiu grande aderência da comunidade científica em virtude de diversas dificuldades encontradas na época. “Agora, com aumento da complexidade dos dispositivos, assim como a melhoria das telecomunicações e do sistema de transmissão em nosso País, estamos investindo em uma estrutura que conta com médico, enfermeira e auxiliar de enfermagem, exclusivamente dedicados para a avaliação e monitoramento remoto de seus pacientes”, conta o cardiologista/ritmologista e palestrante do evento, Carlos Eduardo Duarte.

Segundo Carlos Duarte, o monitoramento remoto promove melhor aderência do paciente, redução da taxa de internação hospitalar por insuficiência cardíaca, diagnóstico precoce de episódios de FA assintomáticos, assim como redução da taxa de choque inapropriado em portadores de cardioversor desfibrilador implantável (CDI). “A detecção de arritmias potencialmente graves foi antecipada em até 40 dias em alguns casos e redução de até 45% das consultas presenciais/paciente/ano”, conclui.





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