Como a saúde brasileira persegue a produtividade
Seminário Ancham demonstra que players devem estar alinhados. Capacitação e regulação indutora foram ressaltadas
26/03/2014

“Em saúde não se fala mais em eficiência, e sim em produtividade”, resume Ana Maria Malik, coordenadora da GV Saúde – Centro de Estudos em Planejamento e Gestão da Saúde da Fundação Getúlio Vargas (FGV), sobre os desafios da cadeia da saúde no seminário de Competitividade Setorial – Saúde que a Amcham – São Paulo organizou na última quinta-feira (20/3).

Para melhorar o atendimento de saúde, os hospitais Albert Einstein e Sírio-Libanês entendem ser necessário ter profissionais qualificados. Por sua vez, tanto a indústria de medicamentos MSD como as de equipamentos médico-hospitalares Siemens Healthcare e BD consideram fundamental aperfeiçoar e integrar novas tecnologias, além de obter rapidez de atuação da Anvisa.

No debate, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) disse estar trabalhando para reduzir o tempo de registro de produtos e de criação de normas sanitárias seguras. Também participaram do encontro a FGV e a Capital Investors.

Apesar da falta de infraestrutura e burocracia excessiva, o mercado de saúde no Brasil é promissor, de acordo com Néstor Casado, CEO da boutique de investimentos Capital Invest – M&A Advisors. “Os gastos com saúde aumentaram em 15%, incentivado pelo aumento de renda da população e a redução da taxa de desemprego.”

Casado usou dados da consultoria IMS Health, que apontam que o Brasil tem potencial para ser o quarto mercado mundial de saúde em 2016, atrás de EUA, China e Japão. “O potencial de crescimento é enorme. A população brasileira com mais de 60 anos, a que mais consome produtos e serviços de saúde, vai passar dos atuais 14 milhões para 30 milhões em 2020”, argumenta o executivo.
Hospitais

A importância dos hospitais na cadeia de saúde é grande, pois são integradores de serviços médicos, medicamentos e equipamentos de última geração. Claudio Schvartsman, vice-presidente do Hospital Albert Einstein, disse que há novas demandas em função da mudança do perfil de doenças, assim como as exigências dos pacientes.

“Para os hospitais, desempenho é o nome do jogo. Hoje, o paciente faz pesquisa sobre o médico na internet. E escolhe aonde vai se internar não mais pela indicação do amigo, mas pelo desempenho hospitalar”, comenta Schvartsman.

Para ganhar eficiência, os hospitais têm que reduzir o tempo médio de permanência de internação, o que pode ser obtido via melhoria da qualificação dos profissionais. “Quem tem doutorado tem desempenho significativamente melhor. Ter corpo clínico diferenciado é extremamente importante.”

Como exemplo, Schvartsman cita o programa Segunda Opinião do hospital, que consiste em ouvir pelo menos dois médicos para o tratamento de pacientes com problemas na coluna. “De 3 mil pacientes, só um terço teve necessidade de cirurgia confirmada. Os demais foram tratados com dieta e fisioterapia”, comenta.

Gonzalo Vecina Neto, superintendente corporativo do Hospital Sirio-Libanês, disse que a melhoria de produtividade tem que incluir a cadeia como um todo. “O setor precisa de quatro coisas: pessoas mais capacitadas, regulação indutora de desenvolvimento, apoio à Anvisa e debate corajoso sobre eficiência na gestão pública e privada da saúde.”

*Com informações da Amcham





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