Em ano eleitoral, a presidente Dilma Rousseff duplicará o repasse de recursos para o custeio do Sistema Único de Saúde (SUS) no município de São Paulo. Segundo o prefeito da capital, Fernando Haddad (PT), a verba federal mensal passará de cerca de R$ 100 milhões para R$ 200 milhões. Com o aumento, Dilma deve reforçar ações de sua gestão na cidade e turbinar programas que serão exibidos na campanha do ex-ministro da Saúde e pré-candidato ao governo paulista, Alexandre Padilha (PT).

O anúncio foi feito ontem por Haddad, ao lado de Dilma, no lançamento da campanha de vacinação contra o HPV.

Parte dos recursos poderá ser usada no custeio do hospital Santa Marina, no Jabaquara, zona sul, que o prefeito deve inaugurar até o fim do mês. "Vamos entregar um novo hospital depois de oito anos sem nenhuma inauguração", disse Haddad ontem, em crítica a seu antecessor, o ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD). Pré-candidato ao governo de São Paulo, Kassab deve disputar contra Padilha. O hospital Santa Marina, com 250 leitos, era particular e foi comprado pela gestão Haddad.

Além de anunciar mais recursos para a capital, Dilma trocou diversos elogios com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e defendeu as parcerias entre as gestões petista e tucana.

Ao citar obras que devem ser exibidas em sua campanha pela reeleição este ano, Alckmin disse que os projetos em comum entre seu governo e o de Dilma estão "caminhando bem". A presidente retribuiu o tucano, a quem chamou de "grande parceiro", e disse que o fato de não ser do mesmo partido do governador não influencia sua relação com Alckmin. "Eu e o governador somos de partidos diferentes, mas nem por isso deixamos de fazer uma parceria que envolve os interesses da população do Estado de São Paulo", disse Dilma.

Antes do discurso da presidente, Alckmin elogiou Dilma e citou grandes obras de infraestrutura de sua gestão, financiadas com recursos federais e que serão bandeiras de sua campanha: Rodoanel, Ferroanel, a hidrovia Tietê-Paraná e a construção de moradias populares.

Ao final da cerimônia Dilma e Alckmin se reuniram, a sós, por cerca de dez minutos. De acordo com correligionários de ambos, a presidente e o governador trataram da parceria entre o Ministério da Saúde e o Instituto Butantan para produção de vacinas e a grave situação dos reservatórios de abastecimento de água do Estado de São Paulo.

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