Calculadora: aprenda a planejar o orçamento doméstico de 2014
Começo de ano é um ótimo momento para reorganizar as finanças e equilibrar suas contas.
10/03/2014

“Ano Novo, vida nova”, diz a expressão. É em época de promessas e ruptura com o passado que surgem os planos de iniciar uma nova dieta, retomar os estudos ou mudar de emprego. Poucos pensam, contudo, em começar o ano com a vida financeira em ordem, acredita o consultor financeiro Valter Police Jr. “Este é o melhor período para planejar o orçamento doméstico para o resto do ano”.

Não é preciso ser um grande matemático para aprender a controlar as finanças da família. O cálculo é simples: somar o quanto você ganha e subtrair deste valor o quanto gasta. Assim, você descobre se está desembolsando mais do que ganha (sinal vermelho e risco de dívidas), ou se sua renda supera as despesas (ótimo momento para poupar e investir).

O educador financeiro e autor do best seller Terapia Financeira, Reinaldo Domingos, sugere que antes de iniciar o orçamento doméstico de 2014, você liste todas as datas comemorativas do ano (como Carnaval, Páscoa, Dia das Mães) e estime qual valor vai destinar em cada um deles. Ele também recomenda definir desde já quais seus sonhos para o período, como uma viagem ou um curso. “É importante saber de antemão o quanto você vai precisar guardar para realizar estes objetivos”, observa.

Como 2014 deve ser um ano atípico devido a Copa do Mundo e eleições em outubro, é preciso levar em conta que haverá menos dias úteis e, por consequência, os ganhos podem ser menores, lembra Domingos.

A inflação de produtos e serviços básicos também é uma preocupação para este ano, alerta o especialista. “Talvez nossas remunerações não aumentarão na mesma proporção que os custos”.

Fazer o planejamento financeiro com antecedência é a melhor forma que não começar o ano enforcado em dívidas, observa a especialista em finanças pessoais e coordenadora do Investmania, Aline Rabelo. “As contas mais pesadas são as de janeiro, por isso é importante fazer o orçamento desde já”, diz.

1º PASSO: REÚNA OS DOCUMENTOS

Antes de tudo, reúna todos os comprovantes de renda que tiver, como salário, aluguel, pensão ou pró-labore. Depois, pegue seu extrato bancário e de todas as contas que possuir, bem como documentos de despesas ou notas fiscais. “É importante criar o hábito de anotar tudo o que se gasta, especialmente quem não tem disciplina. Depois, pode-se fazer esse controle com menos frequencia, como uma vez por mês”, sugere Aline, da Investmania.

2º PASSO: FAÇA DUAS LISTAS

Com tudo em mãos, é hora de criar duas listas separadas: a primeira com tudo o que você ganha, e a segunda, com todos os seus gastos mensais. Você pode fazer uma tabela apontando mês a mês, de janeiro a dezembro, para ir preenchendo ao longo do ano. “Essa é a melhor maneira de verificar para onde está indo seu dinheiro naquele mês, e assim saber onde vai poder cortar, se necessário”, diz Aline.

3º PASSO: DIVIDA GASTOS FIXOS E VARIÁVEIS

Ao anotar as despesas do mês, separe-as em duas categorias: fixas (aquelas que não mudam de valor, como aluguel, prestações de financiamentos, seguros, plano de saúde etc), e variáveis (que mudam de valor ou só ocorrem de vez em quando, como alimentação, mercado, lazer, conta de luz e telefone). Se vai estimar o orçamento para o mês seguinte, coloque o valor aproximado ou médio de cada gasto variável. Se for do mês anterior, coloque exatamente o que gastou com cada um. “Fazer um mapeamento dos gastos ajuda muito a encontrar os excessos e facilita cortá-los depois”, afirma o consultor financeiro da Fundação Cesp, Wilson Muller. Mas ele faz um alerta: tem gente que transforma despesas extra em fixas, como a compra de roupas, sapatos e estética. Com o orçamento no papel, dá para identificar esse comportamento.

4º PASSO: CALCULE ENTRADAS E SAÍDAS

Agora que você já anotou o quanto ganha (receita) e o quanto gasta (despesa fixa e variável) no mês, pegue uma calculadora ou utilize a ferramenta fornecida pelo iG (veja acima) para somar sua renda, de um lado, e suas despesas, de outro. Feito isto, subtraia os gastos do total da receita e você saberá se o saldo do seu orçamento é positivo ou negativo no mês correspondente. Se o cálculo é feito com o resto da família, inclua os ganhos e gastos de todos os integrantes. A partir do resultado, há diferentes caminhos a seguir. Confira:

MEU SALDO É NEGATIVO. E AGORA?

Se o resultado foi inferior a zero, isso significa que você gasta mais do que ganha e provavelmente tem dívidas fora de controle. É momento de readequar as despesas com urgência. “Reeducar-se financeiramente vai além de fazer planilhas e cálculos”, lembra Domingos, do Dsop. Trata-se na verdade, de acordo com ele, de uma mudança de comportamento.

Muita gente pensa que ganhar pouco é o principal motivo de ter a conta no vermelho. Mas o verdadeiro problema é gastar demais, segundo Muller, da Fundação Cesp. “Geralmente, o controle sobre a renda é muito limitado, principalmente para o assalariado, enquanto o poder de controle sobre as nossas despesas é muito maior”, avalia.

Cortar gastos não é fácil, mas é o primeiro passo para equilibrar o orçamento. Dê preferência por eliminar as despesas extra, geralmente desnecessárias, como roupas, salão de beleza, bares e restaurantes. E jamais deixe de pagar uma despesa fixa, como conta de luz, telefone ou aluguel, pois isso acarreta em inadimplência e pode complicar ainda mais a situação financeira.

Para o trabalhador autônomo, o fato de não possuir uma renda estável, como os empregados com registro, o obriga a ter cuidado redobrado com os gastos do mês, alerta Muller. “O autônomo precisa pensar em guardar dinheiro para quando vai entrar menos”.

MEU SALDO É POSITIVO. O QUE DEVO PRIORIZAR?

Parabéns. Se seus gastos são menores que sua renda, significa que você tem controle sobre o orçamento. Esta é uma ótima oportunidade para quitar dívidas antigas, em primeiro lugar, para só depois começar a poupar. Se você já tem esse habito, pense então em investir.

“Só quando os recursos estiverem sobrando, é hora de pensar em guardar o quanto puder e buscar fazer investimentos”, observa a especialista em finanças Aline. Há diversas opções no mercado para fazer o dinheiro render.

 

Aplicações como a poupança ou CDBs são mais indicados para formar uma reserva de emergência – aquele dinheiro que você pode resgatar a qualquer momento, em caso de necessidade. Já investimentos como títulos do Tesouro Direto, fundos DI ou debêntures (títulos de empresas) são mais recomendados para objetivos de médio prazo.

 

Se você pensa mais num futuro distante, pode optar por planos de previdência privada. Em todos os casos, é preciso atentar para que a taxa de administração não consuma os rendimentos.

Fonte: Economia iG





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