7 fases para se tornar um hospital digital
Em parceria com Abcis, HIMSS desembarca no Brasil para difundir adoção do prontuário eletrônico do paciente (PEP)
05/03/2014

O termo Eletronical Medical Registration Addoption Model (EMRAM) ou modelo de adoção do prontuário eletrônico ficará mais comum no vocabulário dos profissionais de TI dos hospitais brasileiros, ao menos se depender da difusão do conceito pela Associação Brasileira de CIOs de Saúde (Abcis). Liderada pelo diretor técnico do departamento de Saúde da secretaria estadual de saúde de São Paulo, André Luiz Almeida, a tradução e adaptação dos estágios de uso de prontuário eletrônico está pronta e em breve começará a ser aplicada nas entidades brasileiras.

O modelo originado da divisão analítica da HIMSS- Healthcare Information and Management Systems Society, qualifica os hospitais em estágios que vão do zero ao sete, sendo que o zero é quando a instituição ainda não tem prontuário e o nível sete, que pode ser considerado o hospital digital. No Brasil, ainda não há hospitais formalmente classificado pelo modelo e, segundo o executivo, quando começarem as avaliações ocorrerá grande diversidade de categorização. “É muito dispare. Temos hospitais com uso de tecnologia alto e outros que não passam do zero”.

A Abcis é parceira da HIMSS na aplicação dos questionários e na coleta de dados junto aos hospitais. Depois desta etapa, a validação do material é realizada pela HIMSS na Europa e a tabulação e armazenamento das informações são feitos pela entidade americana. Em caso de classificação nível seis ou sete, inspetores da HIMSS vem ao Brasil para realizar avaliação in loco.

“Os estágios refletem o nível de adoção da tecnologia da informação ligada ao prontuário, é o quanto o hospital usa de tecnologia”, explica o consultor da E- Folks, Claudio Giulliano, que pretende auxiliar os hospitais a melhorarem os estágios. O executivo concorda com Almeida sobre a diversidade e acredita que já de partida teremos alguns nível cinco ou seis.
Nos Estados Unidos existem 120 hospitais nível sete. Na Europa apenas dois, o Marina Salud de Denia, na Espanha e outro ligado à Universidade de Hamburgo, na Alemanha. No Chile, há a Clínica de Los Condes que está classificada como nível seis.

A aliança entre as associações engloba também o evento HIMSS Latin America, que teve sua divulgação oficializada durante a HIMSS, que ocorre em Orlando (EUA). “Vamos realizá-la com o intuito de angariar fundos para fazer o EMRAM sem custo para os hospitais”, afirma Almeida. O congresso ocorrerá nos dias 18 e 19 de setembro de 2014, em São Paulo (SP).

*Conheça os estágios do EMRAM ou adoção do modelo de prontuário:

Fase 0 
Os três sistemas auxiliares – (LIS, RIS, PHIS) não estão instalados ou não há processamento de dados online advindos de Laboratório, Radiologia, Farmácia e de prestadores de serviço externos

Fase 1
Sistemas Auxiliares – Laboratório, Radiologia, Farmácia – Todos os dados LIS, RIS, PHIS instalados ou há dados processados online de prestadores de serviço externo

Fase 2 
Repositório de Dados Clínicos –CDR (Clinical Data Repository, em inglês) / Registo Eletrônico do Paciente; pode ter vocabulário médico controlado, apoio a tomada de decisões clínicas ( ou Clinical Decision Support, em inglês) para verificação simplificada de conflitos, “Imagiologia” de documentos, ou seja, informações obtidas por meio de sistemas de imagem; e capacidade de troca de informações de saúde – HIE (Healthcare Information Exchange, em inglês)

Fase 3
Documentação de enfermagem/clínica (fluxogramas); pode ter Apoio de Tomada de Decisões Clínicas para verificação de erros durante a entrada do pedido e/ou PACS disponíveis fora da Radiologia

Fase 4 
CPOE pelo menos numa área de serviço clínico e/ou para medicação (ou seja, Prescrição Eletrônica); pode ter Apoio de Tomada de Decisões Clínicas com base em protocolos clínicos


Fase 5
PACS completo dispensando o uso de filmes

Fase 6
Interação da documentação dos médicos com CDSS completo (modelos estruturados relativos a protocolos clínicos que disparam alertas de variação & compatibilidade) e circuito fechado na administração de medicamentos

Fase 7 
Eletronic Medical Record (EMR) completo; transações CCD, (no Brasil não) para compartilhar dados; relatórios de resultados em armazenamento de dados, garantia da qualidade e business intelligence; continuidade de dados com ED (nos departamentos de emergência), ambulatório, centro cirúrgico.

* A tradução e adaptação foi feita com base no modelo europeu onde há uma pequena diferença entre os estágios 5 e 6, quando comparado ao modelo americano





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