Cenários sinalizam as rotas do futuro
28/02/2014 - por Por Katia Simões | Para o Valor, de São Paulo © 2000 – 2014. Todos os direitos reservados ao Valor Econômico S.A. . Verifique nossos Termos de Uso em http://www.valor.com.br/termos-de-uso. Este material não pode ser publicado, reescrito, redistribuído ou

Em 2011, incomodado com o trânsito cada vez mais caótico do Rio de Janeiro, Tallis Gomes pensava em uma alternativa para diminuir o uso do carro, algo fácil de acessar e que pudesse ser multiplicado. Há três anos, contudo, apesar de parecer pouco tempo, a realidade era outra. Smartphone era para poucos, custava caro e as tecnologias móveis ainda eram vistas com muita desconfiança. Mesmo assim, ele decidiu apresentar o aplicativo de localização de táxi pelo celular em um encontro de startups. A novidade chamou a atenção de acadêmicos e investidores, mas era vista na rua como algo impossível de ser implantado. "Os próprios taxistas diziam que celular com internet era difícil de operar e custava muito caro", lembra Gomes, co-CEO da Easy Táxi.

O aplicativo, lançado oficialmente em abril de 2012, vingou. A startup ganhou musculatura. Com investimento de R$ 55 milhões feitos pelo grupo alemão Rocket, especializado em negócio on-line, pelo Fundo Latin America Internet Holding e pela holding iMena, a carioca Easy Táxi hoje atua em 26 países, 92 cidades, sendo 37 no Brasil. É considerado o maior aplicativo de serviço do mundo, com mais de 5 milhões de downloads. "Até o final da Copa as chamadas serão gratuitas, depois custarão R$ 2 por corrida no Rio e em São Paulo, o mesmo preço cobrado aos taxistas no exterior", diz Gomes. Segundo ele, muitas empresas decidiram investir no mesmo modelo de negócio, mas os grandes concorrentes estão fora do Brasil.

 

 

"Nosso maior desafio é continuar a incentivar as pessoas a usar o transporte público, afirma Gomes. A empresa firmou parcerias com bancos e empresas, oferecendo descontos nas corridas noturnas, por exemplo. Paralelamente, acaba de lançar o Easy Táxi Corporate, solução que permite que passageiros solicitem um táxi por meio de contas corporativas. A nova plataforma, que exigiu investimentos de US$ 2 milhões, viabilizará o controle e o monitoramento de gastos proporcionando uma economia de até 40% para as empresas, garante o empresário.

A Easy Táxi, que espera marcar presença em 50 países nos próximos dois anos, é um entre dezenas de exemplos de empresas que anteciparam as necessidades futuras da sociedade, enxergaram uma nova oportunidade acompanhando de perto as mudanças de comportamento das populações, os novos desenhos das cidades e da economia. Um conjunto de propostas que um estudo feito pela KPMG acaba de revelar, apontando nada menos do que nove megatendências que deverão nortear ações do governo, da sociedade e do empresariado até 2030.

Nomeado "O Futuro do Estado em 2030", o relatório aponta mudanças demográficas, ascensão das classes sociais, inclusão tecnológica, economias interligadas, dívida pública, alterações no poder econômico das nações, mudanças climáticas, escassez de recursos e urbanização. "Os governos precisam refletir, planejar e agir de forma diferente. Em certos casos devem fazer isso de forma drástica se quiserem estar preparados para as megatendências globais que estão gerando uma tensão cada vez maior sobre o uso dos recursos e da capacidade econômica mundial", afirma Maurício Endo, sócio da KPMG Brasil e líder para o setor de governo e infraestrutura.

Antecipando a demanda, a catarinense Palmsoft aproveitou seu expertise de dez anos de desenvolvimento de aplicativos para dispositivos móveis e internet, para lançar a G4D, solução que permite criar visualizações animadas e interativas de dados históricos associados a mapas geográficos ou conceituais.

"Com a ferramenta é possível identificar padrões e visualizar tendências em minutos", afirma o sócio Paulo Mendes Luna. "É possível ver os dados evoluindo ao longo do tempo, dar zoom, acompanhar e explorar as informações das regiões de interesse o que torna mais fácil perceber o que os dados nos dizem, quais são as tendências, onde os problemas se concentram ou se repetem".

A solução, que tem por proposta aproximar a capacidade de analisar e observar tendências e padrões sem a necessidade de vários especialistas, demorou dois anos para ser desenvolvida e consumiu R$ 1 milhão em investimentos. Cada licença de editor custa R$ 80 mil por máquina, podendo ser rodada em smartphones, tablets, web e computador.

Embora o estudo da KPMG aponte as megatendências que pautarão a vida nas próximas três décadas, algumas já fazem parte da realidade da maioria dos países, como mudança demográfica, ascensão das classes sociais, urbanização e escassez de recursos naturais. No Brasil, não é diferente. "O problema da urbanização dos grandes centros está cada vez mais sério, deslocar-se está cada vez mais difícil", afirma José Paranhos, sócio da Damha Urbanizadora. "Assim, os chamados parques tecnológicos de terceira geração, que somam trabalho, lazer e moradia, tendem a se multiplicar pelo país". Nessa linha, a urbanizadora criou o Parque Ecotecnológico Damha, na cidade de São Carlos, interior de São Paulo. O empreendimento, que integra esporte, lazer e moradia em um complexo empresarial e de negócios, numa área de 14 milhões de m2, é o primeiro no país com esse perfil. Na primeira fase, que deverá ganhar força ainda neste semestre, abrigará cerca de cem empresas, além de um instituto de inovação e uma universidade.

"A obra toda foi pensada com os mais rígidos padrões de construção sustentável, um fator essencial em tempos de escassez de recursos naturais", reforça Paranhos. "É um modelo pensado para uma realidade futura, que demandará cada vez propostas urbanísticas diferenciadas para driblar o caos das grandes cidades que já concentram mais da metade da população brasileira."



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