O consórcio formado pela gestora brasileira Gávea, laboratório Hermes Pardini e pela gestora inglesa Apax já tem cerca de R$ 2 bilhões para adquirir o Fleury, segundo o Valor apurou.
Ainda de acordo com fontes do setor, esse montante é proveniente da gestora de fundos de investimento Apax. A fatia de 41,2% que os médicos fundadores do Fleury estão vendendo é estimada em R$ 1,5 bilhão. Mas gestora de Armínio Fraga, que lidera o consórcio, está captando mais recursos junto a outros investidores porque o valor para aquisição da empresa de medicina diagnóstica pode ser maior.
O valor do cheque para a compra do Fleury ainda é incerto, podendo ser mais do que o dobro da quantia pedida pelos médicos. Isso porque o comprador pode ser obrigado a estender a oferta para os demais acionistas, fazendo valer o "tag along".
O assunto é tema de discussão porque os médicos são controladores do Fleury, com uma fatia de 41,2%. Mas essa participação ocorre direta e indiretamente. Além disso, os médicos não querem vender apenas uma parte da fatia que possuem na empresa.
Outro acionista importante é a Bradesco Saúde, dona de 16,4% do Fleury, e que provavelmente terá peso relevante nas negociações. Segundo fontes do setor, a seguradora não está participando das conversas e aguarda o resultado para definir qual será sua posição. Mas são pequenas as chances de a Bradesco Saúde eventualmente adquirir a totalidade das ações do Fleury.
Outros interessados no Fleury são os fundos americanos Carlyle e KKR e o Pátria em parceria com a Blackstone.
O Pátria também é um forte candidato - tem uma rede de laboratórios, a Alliar, participou do processo de expansão da Dasa , a maior empresa de medicina diagnóstica do país.
O que motivou os médicos a venderem suas ações foi o desempenho negativo dos papéis do Fleury, cuja rentabilidade não está sendo suficiente para pagar um financiamento de cerca de R$ 150 milhões. Os médicos tomaram esse empréstimo para comprar ações do Fleury que pertenciam à Rede D'Or.
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