O início do ano é uma época propícia para traçarmos resoluções a serem implementadas no novo ciclo que começa. Quantos de nós têm os cuidados com a saúde entre sua metas? Se levarmos a CES 2020 em consideração, eu diria que muitos! Além de produtos voltados para acessibilidade, saúde digital e wearables, a CES também recebeu a 11ª edição do Digital Health Summit. O Summit teve como foco discutir o papel da tecnologia no avanço e na modernização da medicina, com seus impactos na saúde e no bem-estar do consumidor.
Como tudo na vida cotidiana, os dispositivos orientados à saúde estão se tornando mais conectados e baseados em dados. E, embora seja difícil imaginar qual valor uma escova de dentes conectada possa ter para a nossa saúde, as plataformas digitais onde esses dispositivos se conectam estão se tornando polos essenciais de colaboração e inovação, com seu próprio valor inerente. No futuro, seu dentista poderá obter dados sobre seus hábitos de escovação para determinar com que frequência você precisa visitá-lo para uma limpeza, ou criar serviços de saúde bucal personalizados. Para isso, é essencial que consigam garantir que os dados dos pacientes sejam compartilhados com segurança, em conformidade com os mais diversos regulamentos governamentais.
Este movimento impulsiona a demanda por interconexão, que é a troca direta e privada de tráfego entre grandes parceiros de negócios. De fato, o Global Interconnection Index (GXI) Volume 3, um estudo publicado pela Equinix, projeta que a Velocidade de Interconexão privada no setor de Saúde e Biociências crescerá, entre 2018 e 2022, 71%, anualmente.
Envelhecimento da população impulsiona a saúde digital
Segundo as Nações Unidas, em 2050, uma em cada seis pessoas no mundo terá mais de 65 anos – nos casos da Europa e da América do Norte, uma em cada quatro pessoas. Prevê-se também que o número de pessoas com 80 anos ou mais triplique de 143 milhões, em 2019, para 426 milhões, em 2050. Dadas essas projeções, não é surpresa que a combinação da área de saúde com a tecnologia esteja ganhando força a cada ano que passa. A vice-presidente executiva da CES, Karen Chupka, afirmou que “a presença de produtos relacionados à saúde digital teve aumento de 25% na CES 2020, que, com isso, dá as boas-vindas aos principais provedores de assistência médica, empresas de tecnologia e muito mais”.
Uma das inovações em saúde digital apresentadas no evento foi o robô assistente, como o Personal Companion for Older People Living Alone (Companheiro Pessoal para Idosos que Vivem Sozinhos), ou PECOLA, da ITRI. O PECOLA usa inteligência artificial (IA) para coletar dados fisiológicos e da vida cotidiana de pacientes, detectar rapidamente comportamentos anormais em adultos mais velhos e enviar alertas para atendimento precoce e prevenção de acidentes. A Intuition Robotics apresentou o ElliQ, um robô social para adultos em idade mais avançada que usa técnicas de motivação para manter os usuários ativos e engajados.
A Huami, uma das maiores empresas de wearables do mundo, cuja missão corporativa é “conectar a saúde à tecnologia”, planeja lançar uma nova linha de wearables inteligentes que se integram a aplicativos móveis para fornecer aos usuários uma visão abrangente de seus dados biométricos e de atividade. Um smartwatch baseado em IA poderá monitorar a saúde do coração 24 horas por dia, 7 dias por semana, e detectar qualquer anomalia. Há ainda serviços VIP de assistência médica baseados na cloud que permitirão aos usuários acessar leituras de ecocardiogramas, receber alertas cardíacos sobre anormalidades e muito mais.
Em relação ao diagnóstico de doenças, a MedWand desenvolveu dez ferramentas que permitem acessar pacientes remotamente pela Internet, por meio de consultas virtuais, para a realização de exames oftalmológicos, dermatológicos, dentários, pulmonares e cardíacos. A Kyocera expôs um sistema inteligente de monitoramento de carboidratos para acompanhamento de dieta e conscientização sobre a diabetes.
Já os sistemas Skiin Connected Health e Wellness System irão monitorar continuamente a saúde por meio de roupas inteligentes que se conectam a um aplicativo móvel. Frequência cardíaca, estresse, sono, entre outros aspectos, são rastreados pelas roupas inteligentes, e o aplicativo móvel fornecerá orientação sobre mudanças no estilo de vida para melhorar a saúde do usuário, que também poderá compartilhar esses dados com seus profissionais de saúde.
O HeardThat transformará smartphones em dispositivos auditivos alimentados por inteligência artificial que reduzem o ruído de fundo, permitindo que os usuários com perda auditiva ouçam a fala com mais clareza.
A saúde digital depende do compartilhamento de dados
Seja um robô assistente para idosos, um dispositivo de diagnóstico remoto ou um wearable de monitoramento inteligente da saúde do coração, os dados dos pacientes estão no centro dos avanços da saúde digital. Para que essas inovações ofereçam os benefícios pretendidos, esses dados pessoais devem ser compartilhados e trocados entre pacientes, dispositivos, profissionais e empresas de plano de saúde e muito mais. Ao mesmo tempo, devem ser mantidos em segurança, em conformidade com as leis.
Uma arquitetura de dados distribuída, porém integrada, baseada nas melhores práticas da Interconnection Oriented Architecture™ (IOA™) pode ajudar os participantes dos ecossistemas de saúde digital a compartilhar informações do paciente com segurança e conformidade, integrando novas tecnologias, inovações e canais de captura de dados de diagnóstico.
Os polos de interconexão distribuídos na edge aceleram a colaboração entre fornecedores, pacientes e parceiros e permitem a captura, o processamento e a análise localizados de dados em tempo real, para insights mais rápidos. Essas novas ideias podem ajudar a promover inovações em saúde digital, como medicina de precisão e tratamento personalizado, telemedicina, pesquisa de novos medicamentos, entre outros.
Sobre o autor
Tim Waters, Senior Manager de Vertical Marketing da Equinix