Já imaginou ter a Amazon, a Apple e o Google como administradores de saúde? Para Peter Diamandis, fundador do X-Prize, co-fundador da Singularity University e da Human Longevity Inc., essa será a realidade até 2030. Segundo ele, as pessoas vão pagar para que as empresas as ajudem a prevenir doenças com base em seu histórico de atividades.
Diamandis vai lançar o livro “O futuro é mais rápido do que você pensa” em janeiro de 2020. Na publicação, ele argumenta que as grandes empresas de tecnologia serão as administradoras da assistência médica até 2030.
Para o guru da inovação, o setor de assistência médica está quebrado — e as gigantes da inovação têm potencial para virar o jogo. “Acho que a Amazon, a Apple, e o Google podem trabalhar mil vezes melhor”, afirma.
Em entrevista à Fast Company, Diamandis diz acreditar que o uso de algoritmos e dados pessoais pode ajudar a prever o estado de saúde das pessoas e ajudar a prevenir doenças graves.
Ele diz que quanto mais informações (como composição genética, histórico de saúde e tipos de alimento que a pessoa ingere) forem compartilhadas com as empresas de tecnologia, maior será a precisão da inteligência artificial. Além de ser uma boa solução para as pessoas, será mais barato. "É literalmente centenas, senão milhares de vezes mais barato,” afirma Diamandis.
É essa economia de custos que permitirá novos modelos de assistência médica: ao invés de pagar convênio médico, as pessoas pagarão para uma empresa mantê-las saudáveis com base em seu histório de saúde e atividades diárias.
O problema com a medicina de precisão
A visão de Diamandis sobre cuidados de saúde em 2030 levanta algumas questões. Segundo a Fast Company, a primeira delas é se as grandes empresas de tecnologia querem se tornar profissionais de saúde. Por enquanto, somente a Amazon se manifestou.
É mais provável, por exemplo, que o setor de seguro médico se adapte a um modelo de saúde preventivo em vez de desmoronar completamente. Um exemplo é que as seguradoras estão assinando cada vez mais contratos com prestadores de serviços de saúde para atendimento contínuo, segundo uma pesquisa realizada pela Change Healthcare, em 2018.
Outro ponto é sobre o nível de precisão. Embora possa parecer inteligente sequenciar o genoma de toda criança nascida, como sugere Diamandis, alguns especialistas afirmam que isso não é tão eficaz quanto um exame de sangue para detectar certos distúrbios. Além disso, a promessa da medicina preditiva pode se basear em uma suposição falha.