A Cerner Millenium, companhia americana de software e serviços de tecnologia para o setor de saúde, fincou definitivamente os pés no mercado brasileiro. A companhia concluiu um acordo com o Hospital Albert Einstein R$ 180 milhões, para automatizar uma série de processos na instituição.
O acordo inclui a implantação de softwares para prontuário eletrônico, a digitalização de documentos, gestão de pacientes, de medicamentos, exames, administração de contas, entre outros softwares de gestão hospitalar.
Marcos García Navarrete, vice-presidente e diretor geral da Cerner para América Latina e Espanha, estima que essa estrutura tecnológica estará pronta para operação em 2015. O contrato não tem um prazo definido para o fim da prestação do serviço. "Geralmente os hospitais que contratam os softwares mantêm acordos de longo prazo para manutenção e melhoramento da tecnologia", disse.
A Cerner Millenium começou a prospectar negócios no país em 2011 e este é o primeiro contrato firmado. A expectativa do executivo é fechar mais acordos este ano. No momento, a companhia negocia com prefeituras municipais e hospitais privados. No mundo, a Cerner fornece tecnologia para hospitais de renome como a Clinica Mayo, nos Estados Unidos, e a Clínica Las Condes, no Chile.
A Cerner Millenium possui um escritório em São Paulo, comandado por Luiz Gustavo Ladeira, e 35 pessoas. García prevê ampliar esse número para 100 funcionários em dois anos. "É importante ter uma equipe em cada país para implantar os softwares, prestar consultoria e desenvolver novas ferramentas ", disse o executivo.
No mundo, a Cerner tem operação em 24 países e 14 mil empregados. Seus softwares são usados por 10 mil empresas, entre hospitais, laboratórios e clínicas. A companhia tem ações negociadas na Nasdaq e registrou nos nove primeiros meses de 2013 receita de US$ 2,115 bilhões, com ganho de 8,2%. O lucro líquido cresceu 18,5%, para US$ 338,3 milhões. A Cerner publica os resultados de 2013 no dia 4 de fevereiro.
Diferentemente do mercado de equipamentos de saúde, que é liderado por multinacionais como General Electric (GE) e Philips, o mercado de software de saúde é dominado por brasileiras, sendo que a maior competidora é a MV Sistemas. Nos últimos anos, companhias internacionais entraram no Brasil por meio da aquisição de grupos brasileiros. Foi o caso da Philips, que comprou a Wheb Sistemas, segunda maior competidora. A belga Agfa comprou a WPD, terceira maior empresa do setor. Já a portuguesa Alert preferiu fazer uma parceria com a Benner.
O mercado de software para saúde cresce em média 14,8% ao ano no Brasil, segundo a consultoria Frost & Sullivan. Em 2013, o setor gerou receita de US$ 541,4 milhões e, até 2015, vai movimentar US$ 713,9 milhões no país.
Leia mais em:
http://www.valor.com.br/empresas/3414628/cerner-fatura-r-180-milhoes-com-einstein#ixzz2ryZb7js3