Custo médico hospitalar dos planos coletivos em 59 países fica três vezes acima da inflação econômica
03/10/2019

Aumento de custo impulsiona a inovação em planos de saúde patrocinados pelo empregador

  • Os custos médicos globais continuam superando a inflação geral em cerca de 3 vezes. 
  • Os três principais impulsionadores do custo médico na América Latina são risco metabólico e cardiovascular, risco dietético e risco emocional/mental.
  • As seguradoras respondem com investimentos em programas e soluções voltadas para a qualidade da saúde.
  • 78% das seguradoras globais apoiam ou consideram apoiar consultas de saúde virtual para administrar a saúde dos segurados e conter custos

De acordo com o estudo Tendências Médicas Globais 2019, da Mercer Marsh Beneficios, os custos médicos continuam superando em aproximadamente 3 vezes a média global de 9,7% em 2018. Um aumento semelhante é esperado para 2019 e ainda maior para 2020. À medida que o custo dos programas de benefícios para a saúde continue aumentando globalmente, os empregadores têm a oportunidade de conter custos através de desenhos de planos mais inteligentes e acesso dos funcionários a cuidados de saúde focados na qualidade. 

Em seu quinto ano consecutivo, este último relatório pesquisou 204 seguradoras em 59 países*, avaliando como as condições de saúde, os fatores relacionados a fornecedores e os hábitos de consumo estão impulsionando o custo, além de fornecer insights sobre como as seguradoras estão respondendo.

Globalmente, os três principais fatores de risco para a saúde que influenciam o custo médico continuam sendo o risco metabólico e cardiovascular, seguido pelo risco dietético e risco emocional/mental.

A nível regional, há uma variação na ordem dos fatores de risco, onde é possível  ver um aumento na importância dos dois principais fatores de risco que são o risco metabólico e cardiovascular, que subiu de 88% em 2018 para 97% em 2019. 

Em segundo lugar, há o risco dietético que aumentou 14%, de 71% em 2018 a 85% em 2019. Ambos os riscos são os principais impulsionadores do custo médico. (Veja também a Tabela 1)

– América Latina: risco dietético (85%)

-Europa: riscos emocionais ou mentais (61%)

-Oriente Médio e África Médio Oriente e África: riscos ocupacionais (59%), desnutrição infantil e materna (24%)

-Ásia: riscos ambientais (52%)- como os efeitos de altos níveis de poluição em muitas das principais cidades da região estão cobrando seu preço.

Em resposta ao panorama atual, o número de seguradoras que estão investindo em iniciativas para facilitar o acesso a uma saúde focada na qualidade, e que oriente melhor seus segurados para opções de cuidados corretos para eles mais rapidamente, mais do que duplicou. Globalmente, 29% das empresas agora apontam este tipo de investimento como uma prioridade estratégica.

As seguradoras estão respondendo ajudando os seus segurados a fazerem escolhas de saúde mais inteligentes relacionadas à saúde, com 63% das seguradoras fornecendo educação, ferramentas e incentivos para impulsionar comportamentos positivos.

Na América Latina e no Caribe, esse índice situou-se em 58% e ressalta-se que no aspecto da educação do usuário, 56% das seguradoras pesquisadas afirmaram que estão investindo ativamente. Também é interessante ver como consultas médicas virtuais, ou a telemedicina, segue sendo uma solução inovadora para permitir o acesso dos segurados à saúde, ao mesmo tempo que contêm os custos operacionais. 

Em relação às soluções prevalentes adotadas pelas seguradoras para conter custos médicos relacionados a planos de saúde patrocinados pelo empregador, as seguintes práticas são as mais comuns entre as empresas:

  1. Taxas negociadas com prestadores de serviços de saúde – 91%
  2. Grupos reduzidos de fornecedores preferidos – 91%
  3. Pré-autorização, incluindo a avaliação da razoabilidade do custo do procedimento /fornecimento – 85%
  4. Negociação de preços para pacotes/procedimentos específicos – 85%
  5. Pré-autorização: incluindo a avaliação da adequação médico do tratamento realizado e a participação na definição do mesmo  – 76%

A pesquisa também permitiu definir globalmente e regionalmente, de acordo com o valor pago pelas seguradoras e a frequência, os tipos de sinistros em saúde que mais impactam os custos médicos desses tipos de planos. Em relação ao custo dos sinistros, o câncer continua sendo a doença de maior custo com 73%, seguida de doenças no sistema circulatório com 45% e Doenças osteomusculares com 34%. (Ver tabela 2) 

De acordo com a pesquisa, as doenças mais comuns são, nesta ordem, doenças gastrointestinais com 61%, seguidas de doenças do sistema circulatório com 52% e doenças relacionadas à condições respiratórias com 48%. Neste aspecto da pesquisa, é importante ressaltar que o câncer não é mais a doença mais impactada na região, passando do primeiro lugar em 2018 para o quinto lugar em 2019. (Ver tabela 3) 

Segundo Renato Cassinelli, Líder da Mercer Marsh Benefícios para a América Latina, o futuro do trabalho exige funcionários saudáveis e engajados. “Como o custo de prestação de benefícios médicos continuam a aumentar, os empregadores devem avaliar como aproveitar ao máximo o desenho do plano, incluindo o acesso a cuidados com a saúde baseados em qualidade para impulsionar melhores resultados. Os planos devem ser revisados através da perspectiva de otimização de custos e engajamento dos funcionarios”, explica.

*Excluindo US.

Tabela 1: as seguradoras foram convidadas a destacar os 3 fatores de risco que têm a maior influência sobre os custos médicos dos planos de saúde patrocinados pelo empregador.





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