A fim de facilitar a comunicação de novas aplicações tecnológicas, as instituições de saúde – sejam hospitais, laboratórios ou clínicas – utilizam sistemas como o Application Programming Interface (API), que pode ser traduzido como Interface de Programação de Aplicativos. A tendência tem crescido, mas a questão que permeia os gestores é: qual o seu papel no dia a dia da organização?
Entender o que é um API Gateway é ter em mente que, dentro das empresas, os sistemas corporativos interagem com base nessas soluções, cujo papel é integrar padrões entre tecnologias diferentes, comumente feito de forma manual pelos times de TI – o que demanda trabalho e tempo. Ao aumentar sua precisão, tais componentes oferecem um ponto de acesso único para as trocas de fluxos, controlando as chamadas entre sistemas terceiros e o tráfego de cada dado, além de oferecerem maior controle das informações compartilhadas, por meio da centralização de tudo em uma interface só.
São eles quem filtram as informações, controlando quem pode acessar o quê dentro de um ERP institucional. É possível, por exemplo, limitar a permissão de um parceiro contábil para que ele consiga visualizar somente as informações financeiras, bloqueando a visualização de dados dos pacientes. Como consequência, não só a organização se certifica de que está segura, mas também seu público. Em paralelo, há a redução de esforço por parte dos times de tech que, agora, podem contar com um único local para administrar as integrações entre inúmeros sistemas. Ou seja, mais segurança de dados e menos trabalho por parte da equipe.
Com a chegada da Lei Geral de Proteção de Dados, que entrará em vigor em agosto de 2020, quem conta com essa tecnologia tende a sair na frente. Afinal, a normativa vem justo para regularizar o tratamento dos dados dos brasileiros por parte das instituições, sejam internos ou externos. Como um Gateway, a administração das informações do paciente tende a ser mais assertiva que a feita tradicionalmente. Com isso, a chance de eventuais vazamentos, por sua vez, é reduzida drasticamente.
Para o paciente, essa é a certeza de que suas informações estão sendo cuidadas como o esperado. Para hospitais, laboratórios ou clínicas, é a segurança de ter tudo concentrado em um só lugar. No futuro, contar com um destes não será mais opcional, e sim obrigatório para se manter dentro da LGPD.
Sobre o autor
Fernando Soares é CEO da CM Tecnologia, startup de health tech especialista na conexão entre sistemas de saúde. Para tal, desenvolve softwares e soluções para melhorar a experiência de pacientes de hospitais, clínicas e laboratórios, em marcação de consulta, acompanhamento de resultados, entre outros.