Farma Delivery estuda venda do controle ou fusão
14/01/2014

A comando da Farma Delivery, varejista on-line de medicamentos criada em 2007, avalia a hipótese de vender o controle da empresa ou fundir o negócio com outra rede de farmácias.

Caso evoluam as conversas para a venda de participação na operação, a ideia inicial é manter uma fatia minoritária na empresa, mas continuar à frente da gestão por um período de tempo, disse José Luiz de Oliveira Neto, fundador e diretor de marketing da Farma Delivery. As primeiras negociações aconteceram no ano passado, com dois varejistas e um fundo de investimento, mas não avançaram por discordâncias em relação ao preço a ser pago pela operação.

A movimentação da Farma Delivery acontece depois que a Netfarma (que tem entre seus sócios o fundador da Netshoes, Márcio Kumruian) informou que estuda a entrada de um fundo na empresa.

"Tudo depende da proposta, das condições de saída. Não precisamos ficar com o controle, mas seria interessante permanecer um tempo na direção, uns dois anos, como tem sido prática dos acordos de aquisição no setor", afirmou Oliveira. A ideia é continuar a busca de um parceiro neste ano - para venda ou fusão - e se o projeto não evoluir, a empresa trabalha com um "plano B".

Com R$ 60 milhões em receita bruta em 2013, a varejista considera a possibilidade fazer sua listagem no segmento "Bovespa Mais" na BMF&Bovespa, criado para facilitar o acesso das companhias médias e pequenas ao mercado de capitais. "A listagem [na bolsa] pode ser o primeiro passo para pensarmos, mais à frente, numa oferta de ações [pelo Bovespa Mais, a empresa tem prazo de sete anos para a oferta]. Mas só faria sentido para nós dentro das condições especiais para médias empresas, que tem sido tratadas entre governo e Bovespa", disse Oliveira.

"Para nós, a venda poder ser mais interessante do que a ida à bolsa, mas não queremos perder o 'timing'. O momento de pensar num caminho é agora. Acredito que de três a cinco anos, as grandes varejistas de farmácias vão reforçar os seus sites. Então temos que buscar um novo caminho logo".

O negócio de farmácias on-line pode atrair investidores mais pelo potencial de crescimento a longo prazo do que pelo resultados que as empresas registram atualmente. Não há dados sobre a situação dos negócios das farmácias on-line no país, mas segundo a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias, uma minoria é rentável. "É um negócio de custos altos e a escala ainda não é tão considerável", disse Sérgio Mena Barreto, presidente da entidade. A Farma Delivery diz que opera no azul, mas não informa o tamanho do lucro.

A empresa foi criada no início de 2007 por Oliveira, que já era dono de uma farmácia em Santo André, no ABC Paulista, desde 1990. Há três sócios no negócio e cada um tem 33% da companhia, que cresceu tímidos 6% em 2013, com vendas de R$ 60 milhões. "Tivemos um ano mais difícil, com o setor de farmácias crescendo menos em 2013. Também contratamos a BDO para auditar resultados, por causa do projeto de abertura de capital e mudamos a contabilidade da empresa. Isso também afetou os números". O plano é crescer 30% em 2014.



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