Se engana quem acredita que metodologias ágeis são uma novidade. Seu histórico remonta ao ano de 2001, quando foi escrito o Manifesto para desenvolvimento ágil de softwares. Nele são valorizados 4 pilares: indivíduos e interações mais que processos e ferramentas, software em funcionamento mais que documentação abrangente, colaboração com o cliente mais que negociação de contratos, e responder a mudanças mais que seguir um plano.
Hoje, mais do que apenas desenvolver programas, os métodos ágeis têm sido aplicados em diferentes segmentos que queiram aumentar a velocidade nas suas entregas, melhorar a qualidade do serviço, permitir independência e produtividade às equipes envolvidas e personalizar sua solução. Scrum, Lean, Kanban e Smart são algumas das ferramentas que podem ser utilizadas.
Conversamos com Teresa Sacchetta, Diretora de Medicina Diagnóstica e TeleHealth da UHG, para saber como a empresa tem implantado esta sistemática. “Estamos contando com a parceria da Accenture. Eles estão nos apoiando nisso com workshops, palestras”, diz a diretora. A empresa incorporou times de executivos, gerentes, operações além da área de TI para que a cultura fosse mais facilmente adotada.
Por conta de todo histórico de fusões de empresas e de gestões, Teresa afirma que ainda estão engatinhando na implantação de métodos ágeis. Há pouco tempo começaram a trabalhar em projetos mais estruturantes como a implementação da SAP e do Salesforce, por exemplo.
Os obstáculos de modelos tradicionais como o waterfall (em cascata) se tornaram mais evidentes com as novas possibilidades de gerenciar projetos. “A gente tinha participação na especificação funcional e depois era “TI, faz! Entrega!”, relembra Teresa.
Este tipo de gerenciamento mantinha um escopo engessado no início do projeto, causando desperdício de tempo em entregas lentas e que não seriam mais funcionais ao final. Além de falta de transparência, uma vez que documentações extensas eram produzidas, cheias de linguagem técnica pouco acessível a todos envolvidos.
Quando perguntado sobre resultados desta implantação, Teresa afirma que ainda é cedo pra dizer. O que possuem são mais percepções da melhoria que estes métodos trazem. “Depois que colocamos todo mundo na mesma sala, fisicamente, cada squad ficava numa bancada, a integração foi muito maior, as entregas foram muito mais rápidas e foi muito mais suave o processo”, diz.
“Ainda estamos na idade da pedra quando falamos do potencial de aplicação de tecnologias na área da saúde”, afirma a diretora. Complementa dizendo que o movimento de desospitalização, por exemplo, precisa ser pensando em paralelo a implementação de IoT, para que seja possível tratar e monitorar pacientes crônicos dentro de suas próprias casas, podendo ficar com seus familiares, mas ainda assim se sentirem cuidados, em uma situação que é melhor pra ele e para o sistema de saúde como um todo.
O mesmo raciocínio pode ser considerado quando se pensa em ampliação de acesso usando a telemedicina. São todas formas de tecnologia que podem melhorar a qualidade do serviço e podem ser pensadas e projetadas utilizando as metodologias ágeis.