Após conversas com os laboratórios americanos Quest e Laboratory, que não se interessaram pela proposta, o Fleury agora negocia com fundos de "private equity", segundo fontes do setor.
Pelos menos quatro nomes são citados, no mercado, como possíveis interessados. Entre eles, estão os estrangeiros Carlyle e KKR e as brasileiras Pátria e Gávea.
Porém, ainda de acordo com fontes do setor, o Fleury está mais inclinado a conversar com os fundos estrangeiros. No caso do Gávea, o Fleury teria descartado uma negociação porque a gestora carioca é acionista do laboratório mineiro Hermes Pardini e não teria se sentido a vontade para abrir seus números a um concorrente que pode não ter cacife para assinar um cheque tão alto.
Já os americanos Carlyle e KKR contam com crédito, mas eles normalmente têm preferência em ser acionistas majoritários. A fatia do Fleury que está sendo negociada é a dos médicos fundadores que juntos detém 41,2% da empresa de medicina diagnóstica. Uma das dúvidas do mercado é se a seguradora Bradesco Saúde venderia a participação de 16,4% que possui no capital do Fleury.
Ainda segundo pessoas próximas às empresas, desde o ano passado a relação entre Bradesco e Fleury está fragilizada. Isso porque a seguradora tinha intenção de comprar a fatia de 8,4% do Fleury vendida pela Rede D'Or. Mas os médicos se opuseram e captaram um empréstimo de cerca de R$ 150 milhões no Banco do Brasil para comprar essas ações.
Em agosto, a companhia passou a distribuir 100% de dividendos aos acionistas que usam esses recursos para pagar a dívida. Além disso, os papéis do Fleury acumularam perdas de 17,8% em 2013.
Outro nome citado é o do Pátria. A gestora comandou a Dasa por cerca de dez anos com participação ativa de um dos fundadores do Pátria, Alexandre Saigh. Atualmente, o Pátria é acionista relevante na Alliar, empresa de medicina diagnóstica especializada em exames de imagem. Criada só há dois anos, a Alliar fez mais de 10 aquisições e fatura de cerca de R$ 300 milhões. Outro ponto favorável é que o Pátria tem uma parceria para negócios no Brasil com a americana Blackstone, que costuma participar de grandes transações. O valor de mercado do Fleury, em 30 de setembro, era de R$ 2,9 bilhões. Já a rival Dasa é avaliada no mercado de capitais por R$ 3,6 bilhões.
Procurado pelo Valor, o Fleury informou que não comenta rumores de mercado.