Estado abriga núcleo de microeletrônica e prevê um total de novo centros de pesquisa em 2014.
O crescimento industrial e o incentivo à ciência e tecnologia fizerem com que o Rio grande do Sul multiplicasse seus parques tecnológicos. Ligados às universidades, eles alavancam a criação de empregos e o empreendedorismo no interior do estado. Três parques já estão consolidados. O Tecnopuc, em Porto Alegre, o Valetec, em Novo Hamburgo, e o Tecnosinos, em São Leopoldo. Este último está formando um núcleo de microeletrônica.
O programa Gaúcho de Parques Científicos faz parte das ações do RS Tecnópole, que promove o desenvolvimento e inovação regional. Fruto de editais lançados em 2001, os parques contam com recursos de R$ 50 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDS) para os próximos quatro anos só para infraestrutura e R$ 15 milhões para incentivar a indústria criativa até 2014.
Em novembro foi lançado o parque Científico e Tecnológico de Passo Fundo cujo primeiro módulo tem 651 metros quadrados de área. É direcionado às áreas de tecnologia da informação, metalomecânica, saúde, alimentos, energia e biotecnologia.
O Tecnosinos em São Leopoldo, ligada à universidade Unisinos, reúne empresas da área de tecnologia da informação, indústria automotiva e engenharia, comunicação e convergência digital, nutracêutica e novas tecnologias ambientais, além de contar com um núcleo de microeletrônica. “Em 2009, éramos 26 empresas que geravam em torno de 800 empregos. Hoje são 75 empresas, entre nacionais e internacionais responsáveis por 4,5 mil empregos”, afirma Susana Kakuta, CEO do Tecnosinos.
Ali, estão reunidas empresas iniciantes, como a SBPA simuladores, que desenvolve simuladores de voo, até a gigante produtora de software de gestão empresarial alemã SAP, que dobrou sua capacidade desde 2009 e reúne hoje mil funcionários. A Hyundai Elevator se instalou no parque para desenvolver inovações em elevadores.
Para contar com mão de obra especializada, mantém o programa talentos Tecnosinos que reúne 30 escolas de ensino médio para aproximar jovens de carreiras tecnológicas.
O ambiente de inovação incentivou a implantação da indústria de microeletrônica no parque como a fabricante de chips Ceitec, empresa pública federal, e a HT Micron, joint venture entre a coreana Hana micron e o grupo Parit, controladora das empresas Altus e Teikon.
Vários Estados disputam o direito de receber a Ceitec e o Rio grande do Sul saiu na frente a partir do incentivo do governo do Estado e do município de São Leopoldo. A empresa produz componentes para mercados específicos, como chip de boi que armazena informações sobre o rebanho, e sensores para identificação de materiais por radiofrequência para o mercado de logística e transportes.
No próximo ano inicia a produção de componentes para o Sistema Nacional de Automação de Veículos, chips que serão instalados em pedágios para a leitura automática de automóveis. Outro projeto é a produção de 2,2 milhões de chips para o passaporte brasileiro, projeto conjunto com a casa da moeda. A Ceitec recebeu investimentos de R$ 600 milhões desde 2010, tem 220 colaboradores e conta com faturamento de R$ 1 milhão de 2013.
Com a estratégia de aproveitar a mão de obra local, a HT Micron abriu uma fábrica piloto no Tecnosinos e neste ano instalou-se em uma área maior, ao lado da universidade, para a produção de chips DRAM e chips de memória não volátil para a indústria de computadores. Foram investidos cerca de R$ 110 milhões na nova planta e mais de R$ 260 milhões são previstos pra o próximo ano.
Um dos mais antigos parques do Estado é o Tecnopuc, ligado à PUC-RS em porto alegre, que tem dez anos, abriga cem empresas e emprega cinco mil pessoas. O parque conta com um mix de empresas de grande porte que decidiram abrir seus laboratórios de inovação na região, como a HP, Dell, Accenture, Petrobras, Stefanini, Totvs. A Petrobras, por exemplo, pesquisa energia eólica e solar.
O Tecnopuc cresce acima cresce acima de 10% ao ano e esta expandindo sua área física. Passou de 5,5 hectares para 15 hectares em um novo espaço, a 12 quilômetros do campus de Porto Alegre, com foco na indústria criativa. Em 2014, o espaço vai receber o espaço o centro tecnológico Audiovisual do Rio grande do Sul, com uma infraestrutura de estúdios, voltada para produção de conteúdo, games e sistemas para captura de imagens em movimento.