O vírus do sarampo está de volta ao nosso país, depois de um período de “descanso”. Até o início de junho, o Ministério da Saúde confirmou 123 casos, sendo que, destes, 31 foram reportados em junho.
A mãe que perdeu 2 filhos para o sarampo por acreditar em ‘fake news’ sobre vacinas
O sarampo pode, sim, matar ou deixar sequelas neurológicas graves. Por isso, com toda razão, as nossas autoridades em saúde pública estão preocupadas e tomando as medidas necessárias para conter esse “surto”. Tarefa difícil, posto que o vírus do sarampo tem alta contagiosidade. Importante reiterar: o sarampo é altamente contagioso.
Como combater esse vírus?
Só há uma forma: a vacina.
Não existe nenhum tratamento específico para o sarampo. Não existe nenhuma droga contra o vírus do sarampo. Por isso, a vacina, que é altamente eficaz, é a única forma de proteção.
A vacina do sarampo faz parte do Programa Nacional de Imunização. A primeira dose deve ser dada nas crianças com 1 ano de idade: é a tríplice viral ou SCR que protege contra o sarampo, caxumba e rubéola. Aos 15 meses as crianças recebem uma dose de reforço, desta vez com a tetra viral/SCRV, que tem a varicela (ou catapora) associada.
Quem fez estas DUAS doses está protegido. Por isso é importante, em qualquer idade, olhar a carteira vacinal. Problema: muitas pessoas, principalmente adolescentes ou adultos, perderam a carteira de vacina e não sabem se receberam as duas doses que protegem contra o sarampo. Mais importante ainda: o surto atual está acometendo principalmente adultos jovens, na faixa de 20 anos, que talvez tenham tomado apenas uma dose da vacina após 1 ano de idade, posto que o esquema vacinal, na época em que eram pequenos, era diferente do atual.
Por isso, vale olhar a carteira e quem não tiver as duas doses deve fazer uma dose de reforço. Esta é a chamada “vacina de reforço”, que potencializa uma dose anteriormente recebida. Adolescentes e adultos até 29 anos que não souberem do seu estado vacinal devem receber duas doses com intervalo de pelo menos 1 mês entre elas. Adultos com mais de 30 anos devem ter pelo menos uma dose da vacina SCR. Quem não souber se tomou quando pequeno, deve tomar a vacina.
Em épocas de surtos, quando se identifica um caso de sarampo em uma comunidade, a Vigilância Epidemiológica orienta para que todos no entorno da pessoa contaminada recebam a “vacina de bloqueio”, que é a tríplice viral (SCR), que deve ser aplicada nas pessoas que moram na mesma casa de quem está com sarampo, vizinhos próximos, crianças da mesma creche, escola, ou , no caso de adultos, ambiente de trabalho. Tudo isso para tentar “bloquear” o vírus, aumentando a imunidade de todos que possam ter tido contato com a pessoa doente, impedindo que novos casos apareçam e, consequentemente, impedindo que o vírus se espalhe ainda mais. Por isso é essencial seguir corretamente as orientações do pessoal da Vigilância Epidemiológica. Sempre siga as orientações: essa turma sabe exatamente o que deve ser feito para proteger vocês.
Em tempo: a vacina SCR ou SCRV NÃO É RECOMENDADA para crianças com menos de 6 meses, gestantes e pessoas imunocomprometidas. As mulheres em idade fértil que tomarem a vacina devem aguardar pelo menos 1 mês para engravidar.
As vacinas continuam sendo nossas grandes “aliadas” na busca pela saúde.