Startups recebem investimentos ao propor soluções de saúde, meio ambiente e segurança
A filiai brasileira da multinacional europeia Roche ainda não utiliza os serviços do aplicativo Heartcare, vencedor da primeira edição do desafio de startups no Brasil, realizado no ano passado. Segundo o publicitário Daniel Santos, fundador da companhia, a matriz, na Suíça, já firmou contrato com o app, que tenta se diferenciar das dezenas de serviços semelhantes ao apostar em uma plataforma que remete a um jogo.
“Criamos um sistema de desafios semanais”, explica Daniel, referindo-se a itens como pressão, peso e outros sinais vitais. Entre os clientes da Heartcare estão grandes corporações, como a filial da IBM no Brasil. “Lançamos um desafio e, em um mês, 14% dos funcionários cadastrados perderam peso”, diz. Além dos departamentos de recursos humanos, o aplicativo também mira todo o ecossistema do setor de saúde, como hospitais, seguradoras, clínicas e laboratórios.
Por meio da tecnologia, a Heartcare quer ajudar a indústria farmacêutica a impulsionar a efetividade dos tratamentos e isso sem investir um real no desenvolvimento de novas drogas. “Todo mundo sabe que muitas vezes o médico receita um remédio, mas o paciente não toma como deveria. E um problema sério e difícil de resolver”, exemplifica o fundador do app. “Nosso sistema permite o envio de lembretes sobre a hora dos medicamentos.” Para facilitar a medição da pressão arterial, o aplicativo vem com tecnologia que permite o usuário monitore o batimento cardíaco só segurando o celular na mão.
Além de ganhar acesso a clientes graças ao aval da Roche, Daniel conta que também corrigiu algumas práticas de negócio para dar mais credibilidade à sua proposição. “Como eu não sou médico, a gente era muito questionado por isso. Hoje, temos um cardiologista com 32 anos de experiência como sócio”, frisa. Os próximos passos da empresa são o lançamento de versões em vários idiomas, visando ao ganho rápido de escala. “Queremos chegar ao faturamento de R$ 1 bilhão em sete anos”, afirma.
Reciclagem. Enquanto Daniel já tinha um negócio desenvolvido quando foi selecionado Roche, a Green Mining era pouco mais do que um rascunho quando foi escolhida para um dos programas para startups mantidos pela gigante das bebidas Ambev. São duas opções: a voltada a soluções relativas às metas ambientais da companhia permite idéias iniciais, enquanto a dedicada aos negócios de bebidas exige inscrições de empresas estruturadas.
Foi a partir de uma solução de logística reversa para garrafas, que Rodrigo Oliveira e dois sócios se uniram à Ambev para criar a Green Mining. A coleta desse tipo de reciclável, até então eitapelos carrinheiros, passou a ser uma atividade formal, na qual os trabalhadores atuam com carteira assinada. Depois de um período de testes em pontos próximos a bares em Pinheiros e na Vila Olímpia, a Green Mining tem o objetivo de abrir mais dez postos de coleta até o fim do ano. “Devemos contratar mais 25 coletores até dezembro.”
Em vez de ganhar com a venda do material reciclável, o modelo desenvolvido pelos empreendedores cobra um valor mensal dos clientes. A empresa que precisa coletar o material paga os custos da operação e mais uma comissão, ressalta Rodrigo. “O nosso objetivo é expandir o nosso serviço para outras indústrias”, diz o empreendedor. A meta é reduzir a dependência do negócio da Ambev.
Segurança. Ainda em busca de um grande investimento, a empreendedora Gabryella Corrêa é fundadora do Lady Driver, aplicativo de transporte voltado ao público feminino e que conecta passageiras a motoristas mulheres – visando à segurança de ambas. Incubada no Inovabra Habitat, a empresa de Gabryella já foi citada em reportagem do Financial Times. Para “chegar lá”, a empreendedora aposta no propósito: “Sempre tenho de pensar que eu levo segurança às mulheres essa é nossa missão.”