A OdontoPrev começará a vender planos dentais pela internet e já vislumbra aumento na base de clientes individuais com a nova estrutura comercial da Bradesco Seguros, sua maior acionista, a partir do próximo ano.

A Bradesco está unificando as vendas de todos os seus tipos de seguros (saúde, dental, automóvel, vida e previdência, entre outros), ação que será concluída no segundo trimestre de 2014. O mesmo funcionário venderá todos os produtos. Antes, cada um oferecia uma modalidade de seguro.

"Acredito que seremos beneficiados com o novo modelo da Bradesco porque o plano dental é de fácil aceitação e preço baixo", disse, ontem, Mauro Figueiredo, novo presidente da OdontoPrev, em encontro promovido pela Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec). Afirmou que antes a Bradesco Seguros contava com 30 escritórios de apoio para venda de seguros - com a nova estrutura esse número vai a quase 90.

A OdontoPrev enxerga nesses dois públicos uma expansão a longo prazo. "Nos próximos cinco anos o crescimento virá, principalmente, das pequenas e médias empresas [PME] e dos clientes individuais", disse Figueiredo.

No terceiro trimestre, a base de clientes no segmento PME cresceu 16,8%. Entre os clientes pessoa física, o aumento foi de 22,5%. No segmento empresarial, que representa 80% da carteira da operadora, houve retração de 0,86%. A companhia tem 6,1 milhões de clientes.

O diretor de relações com investidores, José Roberto Pacheco, destaca ainda que as margens de retorno dos planos PME e individual são maiores, tendo em vista seu maior risco. Mas o executivo ressaltou que ainda não é possível mensurar se a margem Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) permanecerá nos atuais 25%.

Em relação à taxa de sinistralidade - indicador que reflete o volume de uso do plano e que hoje está em 49%, considerado um bom desempenho - o fundador da OdontoPrev e presidente do conselho da operadora, Randal Zanetti, disse que o mercado tende a ter clientes mais exigentes, mas os custos devem entrar em um ciclo de desaceleração.

"A sociedade não suporta um crescimento de custos de dois dígitos de forma infinita. Os planos de saúde já representam o segundo maior gasto no RH das empresas. Nos Estados Unidos, já houve uma inversão na curva de crescimento na saúde privada", disse Zanetti.