Com o desemprego, muitos brasileiros recorrem a novos modelos de atendimento médico porque não podem bancar o plano privado e não querem depender do SUS
O brasileiro não tem dúvida, saúde é coisa séria. De uma forma ou de outra, todos se preocupam com a saúde de quem lhes é caro. Para muitos, a solução é o SUS, o Sistema Único de Saúde, financiado pelos aportes basicamente do governo Federal, complementados pelos Estados e prefeituras.
O SÜS atende mais de 150 milhões de brasileiros que não têm outra porta para entrar. E em vários tipos de procedimentos o atendimento e a remuneração paga por ele são os melhores do País. Não é por outra razão que os hospitais de ponta atendem o SUS. Os procedimentos mais complexos são bem remunerados.
Os planos de saúde privados atendem hoje algo ao redor de 50 milhões de pessoas e contribuem com mais de 63% do total dos recursos alocados na saúde. É uma distorção que precisa ser enfrentada. Não para reduzir os recursos do sistema privado, mas para aumentar o dinheiro público destinado ao atendimento da população.
Nos últimos anos, o Brasil assistiu ao surgimento de uma nova forma de atendimento à saúde. Os empreendimentos como o Dr. Consulta chegaram com força e se expandiram em razão da crise que ainda não está completamente debelada e que fez com que 12 milhões de brasileiros perdessem o emprego e mais de 3 milhões saíssem dos planos de saúde privados.
Sem o emprego que lhes garante o plano de saúde privado, os trabalhadores brasileiros e suas famílias tinham como alternativa engrossar as filas do SUS. Foi aí que o novo modelo de negócio pegou carona e rapidamente prosperou. Havia uma massa de pessoas que não tinha recursos para pagar um plano de saúde privado, mas tinha condições de pagar por consultas e exames realizados em estabelecimentos particulares desenhados para trabalhar a demanda decorrente da possibilidade de sair das filas do SUS para ser atendido, pelo menos nas necessidades básicas, por uma rede privada barata e que oferece serviços de boa qualidade.