Aumenta número de cirurgias bariátricas e método avança
23/04/2019

Foram 105 mil operações em 2017; ciência evoluiu e risco caiu

Apesar da falta de estatísticas locais, especialistas afirmam que o número de cirurgias bariátricas na região aumentou, como aconteceu em todo o Brasil. Segundo levantamento mais atualizado da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), em 2010, foram feitas no país 60 mil cirurgias. Já em 2017, 105.6 mil – quase o dobro. O tema preocupa, já que muitos ainda têm medo do procedimento que pode salvar vidas.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), até 2025 se projeta que 700 milhões de pessoas estarão obesas no mundo. No Brasil, mais da metade da população está acima do peso – o que aumenta o risco de morte por doenças causadas pelo excesso de gordura, como hipertensão e diabetes.

Há atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS), apesar da fila de quase dois anos. Mas, nem todo mundo precisa de cirurgia. De acordo com o cirurgião Joaquim Guimarães Neto, o procedimento não é a maneira ideal de se perder peso.

“A melhor forma seria equacionar o quanto se come e o quanto se gasta de energia, mas a maior parte já tentou por muito tempo até com medicamentos. E sem a bariátrica, só cerca de 3% dos que perdem peso continuam com o corpo ideal após dois anos”, diz.

Tipos
Para cada paciente e necessidade, um tipo de procedimento é indicado. Entre os vários tipos, o mais comum é o modelo Bypass gástrico, que elimina cerca de 70% do excesso de peso.
De acordo com especialistas, a ciência avançou muito e, hoje, os riscos são comparáveis a uma cirurgia de vesícula ou cesariana.

O Bypass gástrico também é o tipo de procedimento que menos causa o efeito sanfona – algo importante pois, de acordo com a SBCBM, em média 50% de quem passa pela bariátrica volta a engordar. Mas, só 5% retorna ao patamar inicial. Por isso é essencial reeducação alimentar e prática de esportes, diz Vinicius Borges, preparador físico.

“Na verdade, antes e depois, há um acompanhamento multidisciplinar, com psicólogo, nutrólogo e outros profissionais. Porque precisa ser uma mudança de mentalidade. Primeiro é indicada a atividade física que é andar, correr, caminhar. Depois o exercício físico, potencializado por um profissional”, diz.

Seguindo a risca tudo que foi repassado, a assistente financeira Jéssica Clementino, de 35 anos, perdeu 66 kg. Ela operou em dezembro de 2017 e hoje faz exercício funcional. Com 1,65m, chegou a pesar 130 kg. “A única coisa que me arrependo é de não ter feito antes. Eu nem fiquei flácida, então nem precisei de plástica”, conta ela.

Mas casos assim são excepcionais, conta Oswaldo Saldanha, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), coordenador da Comissão de Segurança da SBCP e professor de cirurgia plástica da Unimes. É preciso preparar o paciente.

Ele, que há dez anos fazia uma plástica em pacientes de bariátrica por mês e hoje faz seis, lembra que genética e idade são fatores para adequação da pele. Mas o normal é recorrer a um médico novamente.

“Porque a pele geralmente não se adapta a tanta mudança. Entre o que mais é necessário é abdômen, mamas, braços e coxas. Às vezes, é possível fazer dois procedimentos ao mesmo tempo, mas é importante que o paciente esteja bem”.

Fonte: Anahp




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