A Tempo Assist vendeu a sua carteira de 70,8 mil clientes de seguro saúde para a Unimed Seguros por R$ 30 milhões.
Os maiores acionistas da Tempo são as gestoras de 'private equity' GP Investments e Tarpon , com participação de 21,81% e 15,27%, respectivamente, além do empresário Dimas de Camargo Maia Filho, fundador de uma das empresas adquiridas pela Tempo, com uma fatia de 17,2%.
Há três anos, a Tempo chegou a ser oferecida ao mercado, mas em agosto de 2011 o processo foi suspenso e optou-se pela expansão orgânica. Em junho deste ano, o Valor informou que estavam à venda os negócios de seguro saúde e de planos odontológicos.
É a segunda vez, em apenas quatro anos, que a carteira de seguro saúde muda de mãos. Originalmente, esses clientes pertenciam à seguradora de saúde do Unibanco. Esta seguradora foi comprada pela Tempo por R$ 55 milhões em 2009. Na transação, anunciada ontem, a Unimed comprou só a base de clientes e não a seguradora. Com a aquisição, a Unimed Seguros passa a ter cerca de 545 mil vidas.
Com atuação nos segmentos de saúde, dental, vida e previdência, a Unimed Seguros apurou lucro líquido de R$ 61,4 milhões e faturamento de R$ 700 milhões no primeiro semestre. O carro-chefe é a área da saúde, responsável por uma receita de R$ 477,2 milhões.
Em 2009, a Tempo comprou a seguradora do Unibanco com 70 mil clientes e quatro anos depois vende a carteira com o mesmo volume de usuários. Em dezembro, a companhia tinha mais de 90 mil vidas, mas perdeu cerca de 20 mil nos nove primeiros meses deste ano. Um dos fatores para a queda foi o cancelamento de contratos com sinistralidade superior a 85%.
O negócio de convênio médico era o que apresentava o maior risco para a Tempo, que atua em outros cinco segmentos: plano dental, 'home care', serviços de assistência como guincho e chaveiro, e administração de convênios médicos para outras empresas. No segundo trimestre, a seguradora de saúde fechou com prejuízo de R$ 3,3 milhões e margem Ebitda negativa de 7,4%. Houve um descasamento entre a receita líquida que cresceu 6,2% para R$ 73 milhões e os custos que aumentaram 18,5%.
Já os dados consolidados da Tempo trazem receita de R$ 235,2 milhões e lucro de R$ 4,7 milhões - o negócio de assistência, que não apresenta risco, ajudou a empresa a fechar o balanço no azul.