Pela segunda vez, a instituição realizou cirurgia que é menos invasiva e proporciona uma recuperação rápida ao paciente.
Quando se fala em doenças do coração logo vem à cabeça cirurgias como ponte de safena, troca de válvulas, transplante e marca-passo. Porém, existem muitos outros procedimentos cardíacos e que estão cada vez mais inovadores e menos invasivos. Um deles é o MitraClip®, para a correção da insuficiência da válvula mitral, que é responsável pela passagem de sangue do átrio para o ventrículo esquerdo.
A insuficiência valvar mitral é uma das doenças valvares adquiridas mais comuns, com prevalência de aproximadamente 7 a 10% na população com idade superior a 75 anos. Aproximadamente 50% dos pacientes não são tratados cirurgicamente, por apresentarem alto risco em virtude de idade avançada ou doenças associadas. Por esse motivo, mais recentemente, as pesquisas nessa área se focaram para o desenvolvimento de novos dispositivos percutâneos (sem necessidade de cortes), menos invasivos. Dentre estes, o sistema MitraClip®, procedimento endovascular de correção da insuficiência mitral sem necessidade de cirurgia cardíaca aberta, que foi realizado em fevereiro pela segunda vez, com sucesso, no Hospital Mãe de Deus, em um paciente de 82 anos. No procedimento é realizado uma plástica se unindo os dois folhetos da válvula com o Clip.
“O MitraClip é um procedimento guiado pela imagem do ecocardiograma. Por isso, é fundamental ter uma estrutura como a do Mãe de Deus, com uma sala híbrida, que fica dentro do centro cirúrgico, com todas as condições de assepsia, iluminação e aparelhagem que proporciona uma associação ideal entre a segurança do ambiente cirúrgico com a melhor qualidade de imagem: hemodinâmica fixa com fluoroscopia de alta resolução e ecocardiograma tridimensional colorido”, explica o cirurgião cardiovascular responsável pelo procedimento, Dr. Eduardo Saadi.
Dr. Saadi destaca que para este tipo de procedimento é fundamental ter uma equipe treinada que possa atuar em todas as frentes da cirurgia: cirurgião cardiovascular, anestesista cardiovascular, cardiologista intervencionista e ecocardiografista. “Isso com certeza dá mais segurança ao paciente: aliamos as melhores condições de imagem, com as melhores condições cirúrgicas e uma equipe experiente e treinada”, afirma. Além do Dr. Saadi, responsável por conduzir o procedimento participaram os Drs. Alcides Zago, Marcelo Miglioranza(ecocardiografista), e no cuidado pré e pós procedimento os cardiologistas Jose Ortega e Cristiano Jaeger.
Uma das grandes vantagens deste procedimento, além do menor risco é a rápida recuperação, mesmo em pacientes com idade avançada: “Nosso paciente tem 82 anos e dois dias após a cirurgia já estava em casa”.