Cerca de 3 milhões de pessoas deixaram os planos de saúde nos últimos três anos no Brasil. A estimativa é da Agência Nacional de Saúde (ANS) e tudo indica que seja uma consequência do aumento de preços, do endividamento e do crescimento do índice de desempregados. E a sobrecarga para o Sistema Único de Saúde (SUS) é imediata.
A garantia dos serviços prestados pela saúde pública está entre os maiores desafios enfrentados pelos municípios brasileiros. Muito se investe, mas pouca coisa é perceptível ao cidadão. De acordo com estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), 40% de todos os gastos com saúde são desperdiçados por ineficiência. O Brasil gasta 9,3% do PIB na área – ou seja, cerca de R$ 410 bilhões investidos. Se considerarmos a estimativa, R$ 164 bilhões ao ano podem estar sendo desperdiçados por pura falta de controle e gestão.
Realizar o controle de pacientes, filas de leitos, distribuição e estoque de medicamentos, aplicação de vacinas, agendamento de consultas e exames especializados são atividades que se tornam ainda mais complexas quando se tem um grande número de pacientes e um orçamento apertado.
É aí que a tecnologia se mostra fundamental para a melhoria da saúde pública. Além de facilitar a administração das atividades, os novos sistemas otimizam o tempo, tanto de gestores e profissionais quanto do cidadão, e permitem maior controle de gastos.
Mas isso ainda está longe de ser realidade em muitos municípios do País. Apesar de existir uma lei, que entrou em vigor no final do ano passado e que se refere à utilização do prontuário eletrônico no setor de saúde no Brasil, muitas unidades básicas ainda realizam o controle do histórico do paciente em papel.
A informatização deesse processo está se tornando cada vez mais importante, pois permite ao profissional de saúde registrar as ações tomadas durante o atendimento ao paciente. Todas as informações podem ser guardadas e acessadas a qualquer hora, em qualquer lugar, e ficam armazenadas para futuras consultas.
Quer um exemplo prático da importância do prontuário eletrônico? Num momento em que a febre amarela volta a assustar é possível, por meio dos registros coletados nos prontuários, fazer a correlação das regiões onde os casos aparecem com as condições de moradia e informações sociais dos pacientes, como frequência da coleta de lixo, tratamento do esgoto, hábitos de vida, escolaridade, faixa de renda. E assim a área epidemiológica pode atuar rapidamente e com mais eficiência.
Outro gargalo da saúde pública que pode ser tratado de maneira mais inteligente com a tecnologia é a espera por consultas e internações. O Instituto das Cidades Inteligentes (ICI) já oferece uma solução integrada que organiza e controla eletronicamente as filas de atendimento e a ocupação dos leitos. O gestor consegue acompanhar em tempo real, por meio de dashboards, as filas nas unidades de saúde e na emergência, sendo possível analisar o tempo de espera dessas solicitações e realizar a tomada de ação imediata para aperfeiçoar o processo de atendimento.
É a tecnologia permitindo à alta administração uma visão real do dia a dia da saúde pública no município. Investimentos mais efetivos, diminuição do desperdício e informações disponíveis a qualquer tempo, que trazem impactos diretos para um melhor atendimento à população.