Saúde suplementar tem lucro maior
23/10/2013 - por Por De São Paulo

O ano tem sido de bons resultados para o setor de saúde suplementar. O lucro líquido das companhias chegou a R$ 1,7 bilhão no primeiro semestre, o que representou 3,5% sobre o faturamento de R$ 50,1 bilhões. O retorno médio sobre o patrimônio líquido foi de 11%. As operadoras de planos odontológicos registraram o maior percentual, de 29%. Trata-se de um resultado acima do obtido no ano passado, quando o ganho anual alcançou R$ 2,9 bilhões e 3,1% dos R$ 98 bilhões desembolsados pelos beneficiários das oito modalidades de empresas envolvidas na venda de planos de saúde e odontologia. Em contrapartida, as operadoras devolveram R$ 79,4 bilhões (82% dos valores arrecadados) em eventos médicos e odontológicos, segundo estudo da consultoria Siscorp.

Segundo dados da Agência Nacional de Saúde (ANS), há no Brasil 48,6 milhões de pessoas com planos de saúde e 18,6 milhões com planos odontológicos. "Saúde suplementar representa metade do faturamento da indústria de seguros. Enquanto se vende praticamente R$ 100 bilhões em planos de saúde, todos os seguros (carro, casa, empresariais, riscos financeiros, vida e previdência) movimentam os outros R$ 100 bilhões", enfatiza Marcio Coriolano, presidente da Bradesco Saúde e da Federação Nacional das Empresas de Saúde Suplementar (FenaSaúde), que representa 15 das 29 operadoras de saúde.

Segundo Coriolano, as associadas foram responsáveis por 371 milhões de procedimentos em 2012. O desembolso para arcar com esses eventos somou R$ 30,1 bilhões. O fato, porém, é que saúde privada está entre as principais queixas do consumidor, assim como entre os principais anseios da população. Pesquisa realizada pelo Datafolha, contratada pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), em 2013, revela ser o plano de saúde o terceiro desejo da população, logo após educação e a casa própria.

Apesar das dificuldades, trata-se de uma indústria que vem chamando a atenção de investidores. A aposta é que haverá uma nova onda de consolidação do segmento, que conta com 1,5 mil operadoras responsáveis pela oferta de mais de 55 mil planos de saúde. Entre janeiro e julho, a consultoria PwC registrou dez transações na área de saúde.

A compra de 90% da Amil pela americana United Health, em uma transação de quase R$ 10 bilhões, em 2012, despertou os investidores sobre o potencial ganho que este mercado, mesmo fortemente regulado pelo governo, pode proporcionar. Semana passada a Bradesco Saúde anunciou que passou a deter 50,1% da Odontoprev, maior operadora de planos dentais da America Latina e parceira do concorrente Banco do Brasil na Brasildental. (DB)


 




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