Depois de corrigir alguns gargalos no complexo industrial de Anápolis (GO), que tiveram impacto negativo nas vendas em trimestres passados, a Hypera Pharma (antiga Hypermarcas) se prepara agora para ampliar a capacidade de produção de medicamentos sólidos. A farmacêutica não revelou o valor do investimento, mas informou que os aportes previstos para 2019 elevarão em 27% a capacidade desse tipo de produto e indicou que o tamanho dos desembolsos para essa finalidade e para pesquisa e desenvolvimento deve dobrar em relação a este ano.
"Já resolvemos boa parte dos gargalos de curto prazo na fábrica, mas não vamos escapar de fazer uma expansão e agora estamos olhando para sólidos", afirmou o presidente Breno Oliveira. O orçamento para 2019 já começou a ser desenhado e será informado junto com os resultados do quarto trimestre, mas o executivo afirmou que a geração de caixa será suficiente para fazer frente ao maior volume de desembolsos. Segundo Daniela Castanho, responsável pelas operações da Hypera, a expansão da fabricação de sólidos, por meio da instalação de novos equipamentos, maior tecnologia embarcada e melhor infraestrutura, fará frente ao crescimento estimado para os próximos cinco anos.
Em encontro com analistas, o comando da Hypera reiterou os principais objetivos de curto e médio prazos da farmacêutica, entre os quais o de crescer dois ou três pontos percentuais acima do mercado farmacêutico nacional. Outra meta é seguir financiando o crescimento orgânico via geração de caixa operacional, além de manter a atual estrutura de capital, com dívida líquida perto de zero - em setembro, a companhia exibia caixa líquido de R$ 990,7 milhões.
"Em 2017, apresentamos o plano estratégico em detalhes e gostaria de reforçar que os principais objetivos estão mantidos. É o que a gente continua perseguindo", afirmou Oliveira. No curto prazo, o motor do crescimento da companhia é execução, enquanto no longo prazo, inovação. Do lado da execução, há oportunidade de ampliar a efetividade comercial. Hoje, a Hypera tem a maior equipe comercial em campo na indústria e há iniciativas para "fazer mais com a equipe que tem hoje".
Em termos operacionais, a Hypera enfrentou problemas de entrega de produtos no passado recente, por causa da produção aquém da demanda, e o cenário já "melhorou bastante". "Mas tem espaço para melhorar mais", acrescentou Oliveira. De acordo com o executivo, a farmacêutica vem investindo em ampliação de capacidade e, nos últimos meses, elevou em 14% a capacidade instalada total por meio de iniciativas como a jornada 6 (dias trabalhados) por 2 (dias de descanso) e de projetos de otimização da capacidade.
No longo prazo, o foco é inovação, por meio de iniciativas que devem acelerar o ritmo de crescimento a partir de 2020. Hoje, a farmacêutica tem onze marcas com faturamento acima de R$ 100 milhões. Se tiver sucesso na execução do pipeline atual, adicionará 17 marcas nessa condição até 2023.