Dentro de sua estratégia de aumentar a rentabilidade, o Fleury vai descontinuar até o primeiro trimestre do próximo ano as atividades em 11 hospitais da Rede D'Or no Rio e em Pernambuco.

Apesar de ser um volume expressivo, esses hospitais representam só 1,5% da receita bruta da empresa medicina diagnóstica. "São hospitais de pequeno porte que não se adequavam à nossa estratégia de oferecer exames especializados, que oferecem melhor rentabilidade. Acredito que em breve haverá melhora na lucratividade", disse João Patah, diretor de relações com investidores do Fleury, que realizou ontem encontro com analistas em São Paulo.

Com isso, o Fleury passa a ser o laboratório de 18 hospitais. No ano passado, o faturamento dessa linha de negócios cresceu 15,5% contra os 12,3% registrados pela companhia como um todo.

Com forte presença em São Paulo e Rio, a companhia também tem interesse em atender hospitais de Belo Horizonte e Brasília. A entrada nesses mercados pode ocorrer por meio de aquisições.

O evento para analistas de mercado contou ainda com a presença da nova presidente do Fleury, Vivien Rosso. A executiva falou que a empresa está negociando os reajustes com as operadoras de planos de saúde. Uma das metas do Fleury é conseguir repassar 100% da inflação para os convênios médicos. "As negociações com as operadoras de São Paulo já terminaram e agora estamos conversando com as do Rio", disse Vivien.

Nessa queda de braço, o Fleury rescindiu contrato com a Unimed-Rio, cooperativa médica que tem quase 1 milhão de clientes, e desde ontem não faz mais o atendimento a esses usuários. "Não conseguimos chegar em um acordo e estava havendo glosas [atraso ou suspensão de pagamento ]. Acreditamos que em breve teremos aumento na margem porque vamos repor com clientes de outras operadoras", disse Omar Hauache, presidente do conselho do Fleury.

No primeiro semestre, o percentual de glosas do Fleury foi de 4,3%, índice inferior aos 5,5% registrados no mesmo período de 2012.

Os executivos do Fleury também falaram sobre a concorrência com o Hospital Albert Einstein, de São Paulo, que está investindo fortemente em medicina diagnóstica. Eles destacaram que o Fleury tem como vantagem a ampla rede de unidades. No mercado paulistano, maior praça de atuação da companhia, o objetivo é abrir novos pontos, principalmente, na zona oeste da cidade. Hoje, a maior parte dos 23 laboratórios do Fleury estão situados nas regiões central e sul.