Modelos chamados de acordos de pagamento baseado em valor (VBP, na sigla em inglês para Value-Based Payment) tem avançado nos últimos anos, mas ainda encontram alguns desafios regulatórios, operacionais e de infraestrutura.
Em meio à mudança mais ampla de uma estrutura de pagamento de taxa por serviço (fee-for-service – FFS – na sigla em inglês) para um mercado de assistência médico baseado em valor, muitos stakeholders ainda têm dúvidas sobre aplicar esta metodologia nos custos com gestão de terapias, tratamentos de alto custo e satisfação do paciente.
“Enquanto profissionais e gestores de empresas da área da saúde, precisamos cuidar da assistência, da operação, mas também é importante aprender a integrar tudo isso com bons resultados, de uma maneira eficiente, mas que seja possível e sustentável para os envolvidos: dos profissionais e gestores aos pacientes”, comenta Parashar Patel, vice-presidente global de Health Policy da Boston Scientific.O executivo participou nesta manhã de plenária sobre Programas de Pagamento Baseados em Valor realizado na programação do 6º Conahp (Congresso Nacional dos Hospitais Privados), que acontece em São Paulo até esta sexta-feira.Durante sua apresentação, Patel apresentou a experiência da transição do sistema de saúde dos EUA para cuidados baseados em valor. Segundo ele, esse modelo trouxe implicações importantes para a inovação médica. Novos modelos de pagamento baseados em valor mudam o risco financeiro dos planos de saúde para provedores e outras partes interessadas, como eles avaliam e adotam a inovação.
A revolução é fundamentada em uma análise aprofundada dos dados gerados pelo segmento. Grande parte das internações ou tratamentos hospitalares, por exemplo, poderiam ser evitadas ou minimizados com tratamentos em consultórios, desde que o acompanhamento mais próximo entre médicos e pacientes se tornasse padrão e constante. Essas preocupações levaram a um aumento do interesse em desenvolver novos modelos de pagamento e financiamento alternativo para os cuidados de saúde que se esforçam para garantir melhores resultados para os dólares gastos e, portanto, maior valor. Existe uma experiência limitada, porém crescente, com esses modelos.
A gestão e interpretação dos dados das organizações de saúde auxiliam na condução de melhores práticas para pagamento baseados em valor. “Um dos grandes desafios para colocar este modelo em prática é, justamente, convencer os players a organizar esses dados e incluí-los em uma única base, como ocorreu com os atendimentos pela Medicare Quality, para a implementação do sistema do Obamacare”, comenta Patel, cuja empresa opera em mais de 80 países no mundo.