Envelhecimento da população impulsiona mercado de serviços voltados para saúde
10/08/2018
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida dos brasileiros é cada vez maior, sendo que os nascidos a partir de 2016 viverão mais que 75 anos. Mas, apesar do aumento da longevidade, ser idoso no Brasil é um desafio, principalmente quando o assunto é saúde. Segundo o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), a mensalidade média de um convênio médico para pessoas acima de 55 anos é de R$ 650,00, mais do que o dobro da média apurada entre beneficiários de 18 a 34 anos, que é de aproximadamente R$ 255,00. 

Este ano, os planos de saúde devem subir 10%, de acordo com o reajuste liberado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), enquanto o aumento máximo das pensões e aposentadorias do INSS para 2018 foi de apenas 2,07%. Com correções tão discrepantes, aumenta o número de idosos que não conseguem arcar com convênio médico e buscam alternativas no serviço público ou nas clínicas médicas populares.

Mercado Aquecido

Na MedicMais, por exemplo, a terceira idade já representa 60% dos atendimentos realizados. Eles procuram – principalmente – por especialidades como ortopedia, oftalmologia e reumatologia. Para o sócio fundador da marca, Tiago Alves, esse número deve crescer ainda mais, já que o serviço é mais acessível e não requer mensalidades, ou seja, a pessoa paga apenas o que usa. “Nós conseguimos identificar um gap no mercado e suprir uma demanda essencial para a população, que são os cuidados com a saúde. Enquanto convênios médicos para idosos podem custar mais de R$ 2 mil, a gente oferece exames e consultas a partir de R$ 5,00”, afirma. Na MedicMais, os idosos costumam desembolsar, entre consultas e exames, uma média de R$ 350,00.

Atualmente, a MedicMais possui 75 unidades, a maioria em processo de abertura e 26 em funcionamento, em estados como São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espirito Santo. Para 2019, a rede projeta atingir 120 unidades e faturar R$ 30 milhões.

Cada vez mais caro

Convênios particulares são considerados cada vez mais inacessíveis. Os idosos representam a fatia da população que mais sofre com a escalada contínua nos preços dos planos de saúde, que de 2013 para cá tiveram reajustes bem acima da inflação (tabela abaixo) .”Acreditamos que o público idoso representará 70% de nossa operação em 10 anos. Estamos investindo fortemente para conseguir atender essa demanda, contratando profissionais especializados, aumentando a agenda para as especialidades mais procuradas e oferecendo facilidades no pagamento”, conta.

*Reajustes autorizados de acordo com a ANS e IBGE

Cuidadores de Idosos

Outro serviço que tem crescido bastante no país é o de cuidadores de idosos. De acordo com o último levantamento do Núcleo Nacional das Empresas de Serviços de Atenção Domiciliar (Nead), o número de empresas que oferecem esse tipo de atendimento cresceu 270% de 2005 a 2013. Na Maria Brasileira, rede de franquias de serviços de limpeza e cuidados, o aumento foi de 10% este ano. Segundo a gestora de relacionamento da marca, Patrícia Abilaine, os serviços da rede são requisitados por familiares, que buscam cuidadores, ou pelos próprios idosos, que procuram todos os tipos de serviços que a franquia oferece.

O preço do serviço de cuidador de idosos varia bastante, dependendo da especialidade e da quantidade de horas. De acordo com Patrícia, neste tipo de atendimento, o fator humano influencia muito mais que o valor a ser pago. “Contar com uma referência é essencial. Normalmente, a família busca o mesmo profissional que atendeu um amigo ou outro parente. É um tipo de serviço que demanda confiança, carinho e respeito”, destaca.

A Maria Brasileira possui mais de 180 unidades e é líder no segmento, oferecendo cerca de 20 mil facilitadores em todo o Brasil. Crescendo uma média de 15% ao ano, a rede projeta ultrapassar a marca de 200 unidades em 2018 e chegar a R$ 65 milhões de faturamento. Para isso, a marca pretende aumentar a média de serviços para 50 mil atendimentos por mês.




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