Segmento cresce 3,3 pontos percentuais acima do mercado farmacêutico total e segue ocupando oposto de motor de crescimento da indústria. Economia proporcionada pelos genéricos aos consumidores já chega a R$ 114 bilhões.
As vendas de medicamentos genéricos registraram crescimento de 9,73% em unidades no acumulado nos primeiros cinco meses deste ano. Entre janeiro e maio, a indústria registrou 556,3 milhões de unidades de genéricos comercializadas no varejo farmacêutico do país contra 506,9 milhões em 2017.
Os dados são PróGenéricos (Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos), com base nos indicadores do IQVIA, instituto que audita as vendas do varejo farmacêutico no país. De acordo com o levantamento, os genéricos seguiram registrando crescimento superior ao conjunto da indústria de medicamentos. Entre janeiro e maio, as vendas do mercado farmacêutico total registram expansão mais modesta, de 6,43% em unidades.
“Os genéricos cresceram 3,3 pontos percentuais acima do mercado total, impulsionado pela adesão do consumidor, que busca preço e qualidade para garantir a continuidade de seus tratamentos”, diz Telma Salles, presidente da PróGenéricos.
Pelo critério de desempenho mensal, em maio, os genéricos registram crescimento de 8,85% em unidades frente ao mesmo mês do ano anterior. Já o mercado farmacêutico total cresceu 4,57% no mesmo intervalo.
Com o resultado, os genéricos fecharam o mês de maio com 32,75% de participação no mercado brasileiro de medicamentos em unidades, considerando apenas o varejo farmacêutico. Em maio de 2017, o índice estava em 32%.
Em valores, os genéricos registraram R$ 3,3 bilhões em vendas nos primeiros cinco meses do ano, já consideradas os descontos concedidos ao varejo (PPP). O valor é 15,77% maior que o verificado em igual período de 2017.
“Os fabricantes de genéricos operam com descontos bastante superiores aos 35% previstos em lei. Em média, os genéricos custam 60% menos que os medicamentos de referência”, lembra Telma Salles.
“O crescimento mais acentuado em valores, expressado no balanço acumulado de vendas até maio, reflete um conjunto de fatores, entre eles o aumento de 2,5% nos preços dos medicamentos em março, um possível crescimento da venda de genéricos de maior valor agregado e a busca da indústria para minimamente recompor margens. Mas a pressão exercida pela alta do dólar componente significativo nas importações de insumos e a pesada carga tributária, influenciam negativamente a rentabilidade das empresas”, analisa a executiva.
“Mesmo neste contexto, os genéricos seguem funcionando como reguladores de mercado, puxando para baixo os preços praticados pela indústria farmacêutica como um todo”, conclui Salles.
Desde que chegaram ao mercado em fevereiro de 2000, os genéricos já proporcionaram R$ 114 bilhões em economia com gastos de medicamentos aos consumidores.