A Orygen Biotecnologia, joint venture entre os laboratórios nacionais Eurofarma e Biolab, tem novo comando. O ex-presidente da Pfizer no Brasil, Victor Mezei, assumiu há poucas semanas a presidência da farmacêutica, que ainda está em fase pré-operacional. Mezei deixou a liderança da operação brasileira da Pfizer em julho do ano passado, após onze anos no cargo. O executivo Carlos Murillo, que estava à frente da presidência da Pfizer no Chile, foi escolhido para sucedê-lo.
A informação foi antecipada pelo Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor, na tarde de ontem. Procurada, a Orygen confirmou, por meio de assessoria de imprensa, no início da noite, a chegada de Mezei.
No comando da biofarmacêutica, Mezei sucede Dante Alario Júnior - que é um dos controladores e diretor científico da Biolab. Sua contratação foi interpretada no setor como uma confirmação da aposta das sócias na empresa e como sinal de evolução dos projetos da Orygen.
A joint venture tem um acordo com a Pfizer que prevê transferência de tecnologia para a produção de até cinco anticorpos monoclonais: Adalimumabe, Bevacizumabe, Infliximabe, Rituximabe e Trastuzumabe, usados no tratamento do câncer e de doenças autoimunes. Há ainda acordo com a americana Protein Sciences Corp. que cobre a comercialização da primeira vacina recombinante contra o vírus da gripe aprovada pelo FDA (do inglês Food and Drug Administration).
A Orygen foi constituída em 2012, com apoio do governo federal, com a missão de ser uma das duas "superfarmacêuticas" nacionais que vão desenvolver e produzir medicamentos biológicos estratégicos para o Sistema Único de Saúde (SUS). Originalmente, a joint venture reunia quatro laboratórios brasileiros. Em 2013, porém, Libbs e Cristália deixaram a associação para tocar projetos independentes no segmento de biossimilares.
O plano estratégico original da Orygen prevê investimentos de R$ 500 milhões e a construção de uma fábrica em São Carlos, no interior de São Paulo. Contudo, diante do atraso na definição de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs) que estavam previstas pela joint venture, o planejamento inicial sofreu ajustes e a Orygen passou a investir em uma fábrica menor, no complexo industrial da Eurofarma em Itapevi (SP). A unidade de São Carlos segue no radar da farmacêutica.
A outra biofarmacêutica brasileira que nasceu com apoio do governo para a produção local de biossimilares é a Bionovis, que tem como sócios o Aché, a EMS, a Hypera e a União Química.