ANS corrige dados sobre despesas de planos de saúde
06/07/2018
As despesas com internações consultas, exames, terapias e procedimentos odontológicos pagas por meio dos planos de saúde somaram R$ 148,1 bilhões no ano passado, aumento nominal de 11,5% em relação a 2016, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Descontando-se a inflação (IPCA/IBGE), a alta é de 8,31%.
Os dados divergem do aumento nominal de 38% e real de 34%, informados na reportagem publicada na página B5, ontem no Valor ,que se baseou em tabelas divulgadas pela ANS.

Esse material, denominado Mapa Assistencial, contém erros pois não informa alguns procedimentos médicos. Suas tabelas foram desenhadas num formato que induz a cálculos em duplicidade. E a tabela de despesas referente a 2016 enviada ao Valor, na terça-feira, estava desatualizada, comprometendo comparações.
O Mapa mostra que o número de procedimentos médicos e odontológicos subiu 3,4% entre 2016 e 2017. Neste mesmo período, os gastos aumentaram numa proporção maior, como normalmente ocorre no setor de saúde.

Após a ANS enviar ao Valor a tabela correta referente a 2016, foi possível calcular que as despesas com consultas médicas subiram 5,40%, e não 23%. Este percentual havia sido questionado por especialistas ouvidos pela reportagem.

Outro item que causou estranhamento diz respeito às internações. Os gastos com esse tipo de procedimento tiveram expansão de 11,49%, entre 2016 e 2017, e não de 38,2%. Ainda assim, levantamento da Anahp, associação que reúne os 100 maiores hospitais privados do país, mostra uma tendência diferente. A receita líquida por internação caiu 0,2% no ano passado, segundo a Anahp.

As despesas com terapias subiram 15,84% no ano passado, segundo os dados informados ontem pela ANS. Uma fonte do setor disse que essa alta foi provocada pela maior incidência de terapias oncológicas, mais caras.

Carla Soares, gerente geral de regulação assistencial da ANS, disse que não é possível informar os motivos dos aumentos. "Eu não posso afirmar as causas, podem ser várias, desde negociação entre operadora e prestador de serviço até inclusão, por exemplo, de algum tipo de exame na consulta. O Mapa Assistencial não é para avaliar o custo e, sim, a produção assistencial, questões epidemiológicas", disse a gerente geral.

O reajuste dos planos de saúde é calculado considerando-se itens como despesas médicas e hospitalares e frequência de uso do convênio. Neste ano, os planos individuais terão reajuste de 10% e a estimativa é de um aumento médio de 19% para os planos de saúde empresariais.
Fonte: Valor




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