Remédios e planos de saúde tiveram o maior peso na inflação em abril e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,22%. Em março, a taxa foi de apenas 0,09%. Remédios tiveram alta de 1,52% - devido ao reajuste anual que entrou em vigor em 31 de março - enquanto planos de saúde avançaram 1,06%.
Diante desse comportamento, o grupo Saúde e Cuidados pessoais teve alta de 0,91% e responderam por metade da alta do IPCA de abril, com 0,11 ponto percentual. A expectativa do mercado, segundo sondagem da Bloomberg, era de alta de 0,28% na inflação do mês de abril.
A alta nos planos de saúde, segundo Fernando Gonçalves, coordenador do índice de preços do IBGE, ainda é reflexo do reajuste de 13% autorizado no ano passado para contratos individuais. O índice é aplicado no mês de aniversário do contrato. Como o IPCA está muito baixo, em abril os planos de saúde acabaram tendo peso maior.
- O reajuste dos planos de saúde individuais, no ano passado, foi de 13%. Além disso, ele tem um peso de cerca de 4% no no índice. Como os outros itens que compõem o IPCA registraram variação um pouco menor em abril, houve essa predominância do item planos de saúde no índice de abril - explicou Gonçalves.
Nos quatro primeiros meses do ano, a inflação chegou a 0,92%, a menor taxa para o período desde o Plano Real. Já o resultado acumulado em doze meses ficou em 2,76% em abril, frente a 2,68% em março, após desacelerar por três meses seguidos. Mesmo assim, a taxa é inferior ao registrado no mesmo período do ano passado (4,57%) e bem abaixo da meta estabelecida pelo Banco Central (BC) de inflação: 4,5% este ano.
- Desde julho de 2017, já são dez meses em que a taxa acumulada em 12 meses está abaixo de 3% - destacou Fernando Gonçalves.
Ele afirmou que, se a safra tiver um bom ano, pode repetir o efeito positivo observado em 2017, quando ajudou a segurar os preços:
- Se tivermos uma boa safra como no ano passado, a alimentação pode contribuir para segurar o índice de inflação. Caso o mesmo comportamento do ano passado se repita, podemos esperar que alimentos segurem essa taxa. Mas é preciso esperar questões como chuva e outras variáveis envolvidas na produção de alimentos - pontuou Gonçalves.
No Rio, inflação avança 0,30%
No Rio de Janeiro, a inflação avançou 0,30%, acima da média nacional. As maiores variações em abril foram nos seguintes grupos: Saúde e cuidados pessoais (1,10%), Habitação (0,91%) e Vestuário (0,83%). Já Artigos de residência e Alimentação e bebidas apresentaram deflação de 0,44% e 0,29%, respectivamente.