Apesar da crise, investimentos em tecnologia permanecem estáveis
20/04/2018
Os gastos e investimentos com tecnologia mantiveram-se praticamente estáveis como proporção da receita das empresas brasileiras em 2017, contrariando a expectativa de queda, diante da crise econômica. O percentual passou de 7,6% em 2016, para 7,7% no ano passado, segundo pesquisa da FGV. Em 2017, a receita das empresas apresentou um crescimento de 1%, segundo o levantamento.

"Foi uma grata surpresa. Eu achava que [o percentual] iria decrescer por conta do cenário", disse o professor Fernando Meirelles, responsável pelo levantamento publicado anualmente há três décadas. Na edição mais recente, foram ouvidas 2.560 empresas.

Pela primeira vez em todos esses anos, houve uma concentração entre os temas destacados pelas empresas como seus principais projetos: atualização (de sistemas e equipamentos), inteligência artificial (IA) e análise de dados (BI), sistema de gestão, implementação e integração. Em um recorte feito apenas nas grandes empresas, também apareceram governança de TI, IA, internet das coisas e transformação digital.

Na divisão por setores da economia, o segmento de serviços seguiu liderando os gastos e investimentos, com uma proporção estável de 11% das receitas. O segmento é impulsionado pelos bancos, que têm proporção de 14,8%. Na indústria, o percentual passou de 4,5% para 4,7% em um ano. Já no comércio, avançou de 3,5% para 3,6%.

Em 2017, o custo anual por usuário - o quanto as empresas gastam com tecnologia dividido pelo número de funcionários que a usam - ficou em R$ 39,9 mil, um pequeno avanço em relação aos R$ 39,6 mil de 2016. "A tendência é que o valor siga crescendo na medida em que muitas empresas têm reduzido o número de funcionários", disse Meirelles. O setor financeiro segue liderando a lista, com R$ 86 mil. Na área de comunicações, o valor caiu de R$ 64 mil para R$ 62 mil em um ano. O segmento de ensino é o que menos investe, com R$ 18 mil.

O número de computadores e tablets em uso no Brasil chegou a 174 milhões, contra 166 milhões em 2016. O de smartphones caiu para 220 milhões, frente aos 236 milhões de um ano atrás. Segundo Meirelles, a redução está ligada à diminuição do uso de telefones pré-pagos e da menor influência do "efeito clube", que fazia as pessoas terem chips de diferentes operadoras para falar de graça com amigos e familiares. "A tendência é que se consolide um número muito próximo de um dispositivo por habitante", disse o professor.
Fonte: Valor




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