Estudo realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) apontou que cerca de 70% dos brasileiros não têm plano de saúde e 56% acreditam que a saúde pública piorou nos últimos 12 meses. Dentre as constantes reclamações dos usuários, os grandes aumentos no valor pago lideram o ranking.
Essa situação acabou abrindo um gap que só as healthtechs têm musculatura para suprir: serviços a preços acessíveis e com qualidade garantida. As startups estão presentes em quase todos os ramos de negócios, com soluções inovadoras e que facilitam muito a vida da sociedade. Foi assim com a criação de aplicativos de transporte, pessoas, carga, plataformas de hospedagem, espaços de coworking e muitos outros. E por que não na área da saúde?
Atualmente, já é possível agendar consultas a preços acessíveis apenas com um clique no celular. A tarefa de marcar exames está muito mais simples e os pacientes têm à disposição serviços de concierge que ajudam na escolha do laboratório mais viável.
A tecnologia já é aliada na coleta dados clínicos de pacientes com câncer, trazendo informações, como quais medicamentos estão tomando e suas reações. Esse exemplo real surge após a Roche, farmacêutica suíça com 120 anos de história, ter adquirido a startup Flatiron Health, fundada em 2012, por US$ 1,9 bilhão. O próprio CEO da Roche Pharmaceuticals, Daniel O’Day, chegou a afirmar que a aquisição vai colaborar para pesquisas e desenvolvimentos no setor oncológico de toda a indústria.
Toda a iniciativa que facilite a vida dos seres humanos atreladas à tecnologia, será uma tendência cada vez mais forte. Outro exemplo é a gigante Amazon, o marketplace que vende diversos tipos de produtos e insumos. Agora avança no mercado de phamarcy benefit management (PBM) no exterior, criando competência para gerir milhões de vidas em modelos totalmente focados nos pacientes.
Os exemplos não param por aí. A Apple quer transformar o IPhone em um prontuário eletrônico pessoal e fazer com que seus milhões de desenvolvedores disponibilizem aplicativos utilizando estes dados. Já a Google aperfeiçoa seus softwares por meio de parcerias – em especial suas competências inigualáveis em inteligência artificial e big data. Um ótimo exemplo é a Verb, parceria com a J&J, para disponibilizar cirurgia 4.0 nos próximos anos. O Facebook tem projetos de detecção precoce de suicídio e recrutamento para estudos clínicos. Já a Microsoft criou recentemente uma divisão dedicada ao setor da saúde e contabiliza o maior número de patentes.
Nesse movimento de mudança nos serviços, quem mais sai beneficiado é a população, que consegue um aumento na oferta e na qualidade, além da diminuição dos valores, possibilitando a adesão de maior número de pessoas, revertendo a situação atual, na qual apenas 24,5% dos brasileiros possuem planos de saúde, segundo dados da ANS de dezembro de 2017.