No início desta semana a Novartis anunciou que comprará a empresa AveXis, pioneira em terapia genética, por US$ 8,7 bilhões. Esse movimento faz parte da estratégia da empresa em acessar tratamentos para doenças raras que funcionam através da inserção de um novo DNA nas células dos pacientes. A aquisição reforça o posicionamento da Novartis como líder farmacêutico na crescente área de terapia genética.
A AveXis desenvolve terapias para doenças genéticas do sistema nervoso, em especial para atrofia muscular espinhal em bebês. Os acionistas da empresa receberão US$ 218 por ação. O preço é 88% acima do fechamento das ações da AveXis na sexta-feira.
Com a compra, a farmacêutica suíça expande o seu pipeline em terapia genética. Essa foi a segunda aquisição somente este ano. Em janeiro, a gigante comprou os direitos internacionais para a Luxturna, da empresa Spark Therapeutics, que desenvolve radiofármacos. A primeira terapia genética aprovada nos EUA pelo FDA.
Nos últimos anos, a Novartis liderou a indústria farmacêutica no número de medicamentos aprovados por órgãos reguladores, mas atualmente está em queda de 5% no acumulado do ano. Isso se deve ao fato que muitos medicamentos falharam na expectativa de substituição de vendas.
“Estamos em uma jornada para focar a Novartis como uma empresa de medicamentos movida por dados e digital”, disse o presidente-executivo Vas Narasimhan. “E já este ano, começamos forte para atingir esse objetivo.”
O presidente, antes diretor de desenvolvimento de medicamentos na empresa, assumiu o cargo em fevereiro. Narasimhan alinha seus objetivos com a aquisição de remédios inovadores e ”apostas contrárias”, em suas próprias palavras. Segundo a empresa, a aquisição fortalecerá a divisão de neurociência da Novartis.
Um fato interessante, é a assunção dos riscos potenciais da terapia genética em altas doses pela empresa. O composto ativo da terapia da AveXis possui 200 trilhões de vírus por quilo de peso corporal. Esse número espantoso tem a finalidade de garantir que uma quantidade suficiente de terapia interaja com as células doentes do paciente. O ativo também tem a promessa para uso em outras terapias genéticas que visam o sistema nervoso.
A Novartis continuará com a estratégia de aquisições, avaliando possíveis opções para substituir o seu portfólio, disse o executivo. A empresa vem acelerando o mercado de terapia genética e medicamentos de precisão, e espera a aprovação do medicamento em 2019.