Meios de pagamento diversificam canais
29/03/2018
Um mundo conectado por diversos dispositivos no ambiente de internet das coisas (IoT) estimula o surgimento de novos modelos de negócios. E estes, por sua vez, criarão novos serviços que precisarão ser pagos. É de olho nessa perspectiva que o mercado de meios de pagamentos se prepara para garantir formas cada vez mais seguras de consumo.

"Vamos chegar ao momento do pagamento de todas as coisas", comenta Marcelo Bellini, presidente para América Latina da Idemia, empresa do mercado de pagamentos eletrônicos focada em tecnologia.

Na sua avaliação, esse mercado se desenvolverá de duas formas. A primeira conta com os chamados 'single merchant', que envolvem uma operação com um único provedor de serviço e o pagamento direto. Como exemplo ele cita a experiência de um chip de IoT embutido em cafeteiras que permitem que o consumidor se sirva e efetue o pagamento sem precisar de terceiros.

A segunda envolve múltiplos fornecedores, escolhidos pelo próprio cliente e que vai exigir troca de dados entre empresas. Ele chama a atenção para o fato de que em todos esses processos a tokenização e ferramentas como biometria, como reconhecimento facial e outros serão pontos importantes.

"Estamos com o olhar atento para a evolução de IoT e os meios de pagamento ", observa Hamilton Bertelli, diretor de TI da bandeira Elo.

E esse olhar já ultrapassou os chamados POS (Ponto de Venda) e chegou até aos dispositivos wearables, como relógios, carteiras digitais, joias, ou qualquer elemento que possa conter um sistema de pagamento. "Na casa conectada teremos meios de pagamento distribuídos de várias formas, da geladeira até a TV", ele afirma. E há ainda soluções voltadas para o trânsito que permitem pagamento.

Na sua avaliação, acompanhar a jornada do cliente é a estratégia que se torna cada vez mais importante para as empresas de meios de pagamento. Esse processo não se desenvolve sozinho, motivo pelo qual a empresa optou pela chamada inovação aberta, na qual as parcerias e colaborações dão o tom. Para isso lançou sua plataforma de APIs (conjunto de rotinas e padrões de programação), para startups e desenvolvedores. "Queremos que o mercado nos enxergue como um parceiro que está disposto a acelerar esse mercado."

A Elo ainda lançou a primeira plataforma que permite o acesso de placa de circuitos integrados a desenvolvedores dessa área para que simulem pagamentos.

A Cielo é mais um exemplo de empresa desse mercado, no caso uma adquirente, que está antenada nas mudanças. "Nós temos a visão de construir a estrada para efetivar esses pagamentos, não importa de onde venham", afirmou Rogério Signorini, diretor de e-commerce e canais digitais.

Desde 2008 a empresa começou a trocar seu parque de POS no varejo - 1,6 milhão de unidades no final de 2017 - para equipamentos com a tecnologia NFC (pagamento por proximidade). Pelos cálculos do executivo, hoje perto de 90% da base está atualizada nesses termos.

Mas a companhia começou a explorar também outras soluções, como o botão embarcado em transações e-commerce que permite que o cliente já cadastrado possa fazer novos pedidos do mesmo produto apenas o pressionando. A empresa realiza atualmente um piloto em uma loja de produtos naturais no Rio de Janeiro. "O varejista cadastrou os clientes que fazem compras recorrentes e está permitindo que eles façam esses pedidos já conhecidos pelo botão no seu computador. Se ele quiser mudar o pedido, vai até a loja e faz nova lista", ressaltou. O mesmo conceito foi levado para os smartphones.

Segundo Augusto Lins, sócio fundador da adquirente Stone, a empresa já nasceu com a visão de que o comportamento dos consumidores vinha mudando. "E se temos novas formas de comprar, temos de ter novas formas de pagar". A empresa desenvolveu uma plataforma para permitir a conexão de vários projetos de IoT, garantindo conexão com vários provedores. Na mesma linha de abertura de APIs, investe em soluções que permitam rapidez para viabilizar novas formas de pagamento, seja para estacionamentos, venda de ingressos, pedágio ou até utilities.

João Bonzato, gerente de mobile do Mercado Pago, concorda que há um grande mercado a ser conquistado. "Hoje ainda há poucos pontos comerciais no país todo que aceitam cartões de crédito", ressaltou. Entre suas soluções está o uso do QR Code, um tipo de código bidimensional, para transações financeiras. Esse código pode estar na máquina da empresa no varejo e ser lido por um celular com app da empresa, pode estar no celular do cliente e ser lido pelo comerciante, pode estar no smartphone de um taxista ou outro prestador de serviço ou mesmo em lojas físicas.
Fonte: Valor




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