Num ano que começou mais desafiador do que os anteriores para a Brasil Pharma, a rede de farmácias fará uma emissão de debêntures no montante de R$ 250 milhões para reforçar o caixa e alongar o perfil da dívida, informou ontem a companhia. A varejista, cujo principal acionista é o banco BTG Pactual, é considerada uma das redes mais agressivas em termos de aquisições em seu setor, com a estratégia de expansão por meio da compra de ativos.
Segundo o prospecto da oferta, em 2011 a dívida total da empresa somava R$ 118,7 milhões e no ano seguinte, R$ 776 milhões. A dívida líquida (deduzidas as disponibilidades) que não existia em 2011 - o caixa era superior ao total da dívida em R$ 144,8 milhões - atingiu um negativo de R$ 407,2 milhões em 2012. O caixa passou de R$ 263,5 milhões para R$ 368,7 milhões de 2011 para 2012.
A empresa informa que 40% do capital será destinado ao alongamento do perfil de dívida, outros 40% para reforço de caixa e os 20% restantes vão reforçar o capital de giro da empresa. Esta é a segunda emissão desde a abertura de capital da empresa, em 2011. A primeira foi anunciada em fevereiro de 2012, também num montante de R$ 250 milhões.
Nos últimos anos, investimentos da BR Pharma em aquisições de varejistas cresceram, dentro da estratégia de a rede se tornar uma consolidadora desse mercado. Há dois anos, ao fim do primeiro semestre de 2011, a empresa somava 323 lojas próprias, e em dezembro daquele ano, o volume atingia 378 pontos. Um ano depois, em dezembro de 2012, a rede acumulava 708 unidades próprias. Em março de 2013, eram 1.115 pontos, sendo 709 próprios e 406 franquias. Desde 2011, a BR Pharma adquiriu a Farmais, Drogaria Rosário, Farmácia Guararapes, Farmácia Santana, Big Ben e Mais Econômica.
É um crescimento planejado dentro de uma expectativa de expansão do varejo de farmácias no país. Segundo a Abrafarma, associação do setor, entre o primeiro quadrimestre de 2013 e 2012 a alta nas vendas das farmácias foi de 12,24% em cima de uma elevação de 20% de janeiro a abril de 2012. Houve um crescimento, mas num dígito menor. O presidente da Brasil Pharma, Andre Sá, disse em maio aos analistas que o primeiro trimestre "foi o mais desafiador" para a companhia desde a abertura de capital, em junho de 2011. "Foi mais fraco que o esperado", disse ele, que ressaltou que a partir de abril, os números melhoraram.
Na operação divulgada ontem, serão emitidos, inicialmente, 25 mil ativos pelo valor unitário de R$ 10 mil. Haverá até duas séries, com possibilidade de emissão de lotes suplementares equivalentes a 15% do total ofertado, a depender da demanda pelos papéis. Os ativos da primeira série terão prazo de vencimento de seis anos e a amortização será anual, com o primeiro pagamento no 36º mês a partir da emissão. Os ativos da segunda série terão prazo de sete anos, com amortização em duas parcelas anuais, após o 72º mês. A primeira parcela será equivalente a 50% do valor unitário das debêntures e a última corresponderá ao saldo remanescente no vencimento.
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