A Unimed-Rio aprovou a venda do seu edifício-sede, na Barra da Tijuca (RJ), para a incorporadora Helbor por R$ 72 milhões. Essa transação tem um acordo vinculante que envolve também a locação de um prédio comercial da própria Helbor para a cooperativa médica por 15 anos.
A venda da sede e de outros ativos faz parte das exigências do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com o Ministério Público e a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), no ano passado. A Unimed-Rio é a maior operadora da cidade com mais de 700 mil usuários.
O contrato de locação prevê que a Helbor faça um investimento de R$ 8,5 milhões para adequação das instalações do prédio, que estava vazio há bastante tempo, e passa a ser ocupado por cerca de 1,8 mil funcionários administrativos da operadora. A Unimed-Rio aceitou a proposta de aluguel porque o prédio fica ao lado do hospital e devido às condições consideradas vantajosas. Há uma carência nos 12 primeiros meses e o valor do aluguel nos seis anos seguintes é progressivo. Ou seja, no segundo ano, o valor mensal da locação é de R$ 275 mil e chega a R$ 550 mil no sexto ano, permanecendo essa quantia (sem considerar a correção do IPCA) até o fim do contrato.
O prédio alugado tem 5,5 mil m2.
A Unimed-Rio negocia também a venda do hospital, que é o principal ativo da cooperativa médica, por uma cifra que varia de R$ 500 milhões a R$ 700 milhões. Segundo fontes, a Unimed pretende vender apenas uma fatia e não a totalidade do hospital. O ativo é cobiçado no mercado por estar situado numa região nobre, na Barra da Tijuca, que tem poucos hospitais.
O processo de venda da sede e demais ativos da Unimed-Rio é liderado por Marcos Faccioli, diretor de investment banking do Santander. A transação foi aprovada ontem por cerca de 700 cooperados médicos que também deram seu aval para o balanço do ano passado.
A Unimed-Rio apurou um lucro líquido de R$ 61,2 milhões em 2017, o que representa uma queda de 7,5% em relação a 2016. A receita líquida caiu 6% para R$ 4,7 bilhões no mesmo período de comparação.
No entanto, houve uma melhora expressiva no lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), que somou R$ 94 milhões em 2017. Em 2016, esse indicador ficou negativo em R$ 4,8 milhões, segundo dados do balanço. Outra melhora foi no indicador do patrimônio líquido que era negativo em quase R$ 1 bilhão em 2016. No ano passado, o patrimônio continuou negativo, mas em R$ 886 milhões.
Hoje, a Unimed-Rio se reúne com representantes do Ministério Público e da agência reguladora de saúde para apresentar seu balanço contábil e as condições da venda do edifício-sede. Os recursos dessa venda serão usados para abatimento da dívida. No ano passado, a Unimed-Rio reduziu em 64% seu endividamento bancário que caiu para R$ 208 milhões e desembolsou outros R$ 100 milhões para pagar dívida com as operadoras de planos de saúde e outros prestadores de serviço como laboratórios e clínicas médicas. Os recursos vieram das atividades operacionais da cooperativa médica.