Quase 80% das operadoras de saúde que não se recuperaram após passarem por regimes de direção da ANS são de pequeno porte, com menos de 20 mil beneficiários, segundo o IESS, instituto de pesquisa do setor.
A medida consiste na alocação de técnicos que reforçam a gestão das companhias com problemas.
"O maior fechamento das menores se dá por dificuldades como as de lidar com mudanças na regulação ou no rol de cobertura", diz Luiz Augusto Carneiro, do IESS.
Há também um problema de escala, diz José Cechin, diretor-executivo da FenaSaúde (federação do setor).
"Nas grandes, o custo de administração por beneficiário fica próximo de R$ 13. Nas pequenas, esse número salta para quase R$ 55", diz ele.
"À medida que a operadora tem dificuldade de atender seu custo operacional, a ANS exige uma reserva técnica maior, o que acaba estrangulando as menores", diz Reinaldo Scheibe, presidente da Abramge (associação das operadoras).
De perto
Até julho de 2017, 44 operadoras de saúde eram acompanhadas por técnicos da ANS em regime de direção fiscal. Desse montante, 56,8% eram de pequenas, com menos de 20 mil beneficiários, segundo o IESS, de pesquisa.
Despesa médica
O gasto do setor de saúde deverá crescer 4% ao ano de 2017 a 2021, segundo a Deloitte. De 2012 a 2016, o avanço foi de 1,3%. Entre as razões estão envelhecimento populacional e progresso na medicina.