O número atual de casos e mortes confirmadas de febre amarela já supera o total registrado no mesmo período do ano anterior, apontam novos dados divulgados pelo Ministério da Saúde nesta quinta-feira (1º).
Desde julho de 2017, período que a pasta passou a definir como marco de um “novo ciclo” da doença, até esta quarta-feira (28), já foram confirmados 723 casos de febre amarela no país. Deste total, 237 morreram.
Os números representam um aumento de até 28% em relação ao registrado no mesmo período de 2016 e 2017, quando o governo contabilizava 576 casos confirmados, incluindo 184 mortes.
Naquela época, a situação passou a ser qualificada como o pior surto da doença já registrado desde 1980, data de início da série histórica.
Assim como no ano anterior, o estado com maior número de casos de febre amarela ainda é Minas Gerais, com 314 confirmações, incluindo 103 mortes.
Em seguida, está São Paulo (307 casos, com 95 mortes) e Rio de Janeiro (96 casos e 38 mortes). Também houve cinco casos confirmados no Espírito Santo e um no Distrito Federal.
INCIDÊNCIA
Para o Ministério da Saúde, o avanço da doença em regiões mais populosas e a redução no período de análise por meio de exames —de mais um mês para até nove dias— explica o maior número de registros neste ano.
“Embora os casos do atual período de monitoramento tenham sido superiores à sazonalidade passada, o vírus da febre amarela hoje circula em regiões metropolitanas do país com maior contingente populacional, atingindo 32,3 milhões de pessoas que moram, inclusive, em áreas que nunca tiveram recomendação de vacina”, informa.
"Na sazonalidade passada, por exemplo, o surto atingiu uma população de 8 milhões de pessoas, muito menor que a atual", justifica.
A pasta alega ainda que, apesar desse avanço em números absolutos, a incidência da doença é menor neste ano —o cálculo é feito com base na população das regiões atingidas pelo surto.
De julho a 28 de fevereiro deste ano, assim, a incidência acumulada é de 2,2 casos a cada 100 mil habitantes. Já no mesmo período de 2016 a 2017, foi de 7,1 casos a cada 100 mil.
VACINA
Ao mesmo tempo em que registra avanço no total de casos, a adesão à campanha de vacinação realizada nas regiões de maior risco para a doença permanece baixo, segundo o Ministério da Saúde.
Dados preliminares do Rio de Janeiro, Bahia e São Paulo apontam que foram vacinados 5,5 milhões de pessoas até o dia 27 de fevereiro, número que corresponde a 23,2% do público-alvo previsto para receber a imunização durante a campanha, iniciada no fim de fevereiro e março.
A recomendação é que os estados continuem vacinando até atingir alta cobertura.