Antes muito custoso, o armazenamento de dados na nuvem está mais acessível, mesmo para pequenas e médias empresas. Uma pesquisa recente do IDC encomendada pela Dell EMC indica que as empresas brasileiras ainda têm muito a avançar quanto à transformação digital. A virtualização em armazenamento de dados (storage), por exemplo, ainda não é realizada por 45% das organizações e desconhecida por 23% delas.
"O tempo entre a decisão e a contratação do serviço é bem rápido", informa o gerente de produtos da Locaweb, Everson Todoroki. "Como hoje há um volume de dados muito maior na nuvem, há mais possibilidades de trabalhar com big data e analytics, usando-os como indicadores de negócios". Em 2017 a empresa registrou um aumento de 50% na demanda por storage como serviço.
Os principais clientes da companhia estão nos setores de comércio eletrônico, óleo e gás, saúde, logística e consultoria em TI. Uma empresa de logística obteve economia anual de R$ 1 milhão só com a melhoria das rotas, revela o executivo. Todoroki ressalva que, em situações específicas, compensa mais ter infraestrutura própria.
Perenização dos dados é uma funcionalidade importante do storage como serviço. "Qualquer empresa está sujeita a falhas, ataques e perda de informações", lembra Roberto Stern, sócio da Adamos Tecnologia. "A nuvem é uma excelente alternativa, pois mantém uma cópia em local seguro, diferente do original". A Adamos atua com uma rede de parceiros, embutindo seus sistemas em empresas que trabalham com dados.
"Ainda há uma vasta área de oportunidades de novos negócios a ser minerada na computação em nuvem", diz Bruno Prado, diretor-presidente da UPX Technologies. A empresa brasileira atua há 15 anos no mercado multimídia, com transmissões ao vivo de rádio e TV. A partir de 2010, agregou ao portfólio de serviços a segurança de dados, com proteção de data centers e de serviços financeiros. "Nada do que fazemos seria possível sem a nuvem", afirma.
Também há benefícios tangíveis da nuvem no ramo dos contact centers, com diminuição da necessidade de capital, aumento da eficiência e ganhos de produtividade. O trabalho em home-office tem ganhado mais relevância, observa o gerente-geral da Nice para o Brasil e o Cone Sul, Luiz Camargo: "É possível contratar, por exemplo, pessoas da terceira idade ou com problemas de locomoção".
A Avaya também está investindo na área. Em dezembro a companhia americana abriu o capital e adquiriu a Spoken Communications, especializada em soluções de contact center como serviço. "O custo do atendimento por empresas pequenas ou média cai ois o cliente paga pelo uso", diz o diretor de pré-vendas, Ricardo Pena.