A seguradora SulAmérica conseguiu driblar a queda do resultado financeiro, na esteira da redução da Selic, e apresentou crescimento de 31,2% no lucro líquido do quarto trimestre, para R$ 412,7 milhões. O avanço reflete um resultado operacional mais forte, com alta das receitas, melhoria na sinistralidade e o controle de custos e despesas operacionais.
As receitas totais subiram 11,8% na mesma base de comparação, para R$ 4,8 bilhões, enquanto a receita financeira líquida recuou 34,3%, para R$ 179,3 milhões. De acordo com o presidente Gabriel Portella, a companhia tem buscado há mais de um ano margens operacionais maiores e crescimento na receita, para compensar a queda do financeiro.
Tanto o ramo de auto quanto de saúde avançaram no trimestre e auxiliaram nessa tendência. Em automóveis, diz Portella, a companhia revisou o processo de precificação das apólices e também foi beneficiada pela melhora na venda de veículos novos. "Mexemos nos processos internos, revimos premissas, incluímos novos dados e mudamos o sistema de cotação. Aumentamos a presença em regiões que não atuávamos tão bem e reduzimos em outras", afirmou em entrevista ao Valor.
Segundo o executivo, a estratégia é fazer revisão de preços diariamente, com aumento quando o risco fica mais alto, como é o caso do Rio. "Não sairemos do Rio, é uma das nossas praças principais. Mas buscamos a precificação correta para refletir a realidade do Estado, que tem uma taxa mais alta que a média. Acho que todas as medidas [de segurança] ajudam no risco e contribuem no preço."
Em saúde, Portella diz que já observa estabilização do emprego, o que contribui para a retomada. A empresa também investiu em medidas de melhoria de gestão de sinistro e gestão de saúde, buscando a prevenção de doenças.
A sinistralidade da SulAmérica recuou 3,2 pontos percentuais em 12 meses, para 69,9% no trimestre. O índice combinado - que mede a eficiência operacional e, quanto menor, melhor - teve melhora de 4,6 pontos, a 92,4%.
No ano, o lucro foi de R$ 773,3 milhões, alta de 11,2% em relação a 2016. Já a receita anual subiu 8,7%, para R$ 18,2 bilhões.