A Europa viu o número de casos de sarampo aumentarem 400% em 2017, em comparação com o ano anterior, divulgou a Organização Mundial da Saúde (OMS), classificando a situação como uma "tragédia" na saúde pública. Após uma baixa recorde em 2016, com 5.273 casos, o índice saltou para mais de 20 mil. Destes, 35 morreram.
Quinze países da Europa estão incluídos no surto. A Romênia lidera, com 5.562 ocorrências — um número que supera o total de casos em todo o continente no ano de 2016. Em seguida, vem a Itália, com 5.006 pessoas afetadas. A Ucrânia ocupa o terceiro lugar desse ranking, com 4.767 casos.
Segundo especialistas, parte do problema é causado por pessoas que evitam a vacinação, formando o chamado movimento antivacina.
A médica húngara Zsuzsanna Jakab, vinculada à OMS, destacou que esse movimento prejudica muito aqueles cidadãos que não podem se vacinar por conta de alguma doença imunossupressora ou de já ter sido transplantado, por exemplo. Quanto menos indivíduos vacinados, menos a população como um todo estará protegida.
— Toda nova pessoa afetada pelo sarampo na Europa nos lembra que crianças e adultos não vacinados, independentemente de onde vivem, correm o risco de contrair a doença e espalhá-la para outros que podem não ser capazes de se vacinar (por conta de alguma condição de saúde). — disse ela. — Este recuo não pode nos distanciar do nosso compromisso de ser a geração que vai libertar nossas nossos filhos dessas doenças de uma vez por todas.
De acordo com a OMS, houve diminuição da cobertura geral de imunização de rotina ao longo do ano passado no continente europeu. Foi registrada também uma cobertura consistentemente baixa entre alguns grupos marginalizados da sociedade, e interrupções no fornecimento de vacinas ou sistemas de vigilância de doenças.
Segundo a rede britânica "BBC", o problema continua este ano: até final de janeiro de 2018, havia 51 casos confirmados em West Midlands, região no Centro da Inglaterra que inclui as cidades de Birmingham, Wolverhampton e Coventry.
O sarampo é uma doença viral altamente infecciosa que pode ser mortal. Os sintomas aparecem apenas de 10 a 14 dias após a exposição. Entre os principais, estão tosse, coriza, olhos inflamados, dor de garganta, febre e erupção cutânea com manchas vermelhas.
Não há tratamento para se livrar de uma infecção de sarampo estabelecida, mas antitérmicos vendidos sem prescrição médica ou vitamina A podem aliviar os sintomas.
A doença é facilmente prevenida com vacina, que tem eficácia de 97%.
No Brasil, a política de imunização diz que crianças devem tomar duas doses da vacina, conhecida como “tríplice viral”, porque também combate a rubéola e a caxumba. A primeira dose é com 1 ano de idade e a segunda dose, entre 4 e 6 anos. Outra opção é a vacina tetraviral.
Já os adultos e crianças mais velhas que não foram vacinados quando pequenos, podem e devem tomar as doses em qualquer idade.