A empresa de inteligência artificial com foco em saúde, Medopad, acabou de levantar US$ 28 milhões em rodadas de investimento série A, com liderança da NWS Holdings da China. Isso é pouco perto do que a companhia pretende arrecadar nos próximos meses: US$ 120 milhões. Esse financiamento vem depois que a Medtech britânica fechou 15 contratos comerciais com empresas chinesas. Coletivamente, os negócios valem mais de US$ 140 milhões.
“Acreditamos que a Medopad conseguirá revolucionar os atuais métodos complicados de tratamento e prevenção de doenças em um ecossistema mais sucinto com o desenvolvimento de sua inteligência artificial e grandes capacidades de coleta de dados”, afirmou Brian Cheng, diretor executivo da NWS Holdings, em um comunicado.
Entre as parcerias, a empresa anunciou uma colaboração com o Tencent Holdings da China para usar a inteligência artificial ao apoiar a tomada de decisões dos médicos, bem como com China Resources, Ping An Good Doctor, Lenovo New Vision, GSK China, UMP Healthcare Holdings Ltd. e Johnson & Johnson’s Vision.
Essa agitação está sendo acompanhada de perto pelo governo britânico. A Medopad foi membro da delegação comercial que o Reino Unido enviou para Pequim e Xangai na semana passada. Para os políticos, foi uma forma de construir laços mais fortes fora da Europa em preparação para a Brexit, à medida que o país se prepara para sair da União Europeia e enfrenta a perspectiva de barreiras comerciais.
A Medopad, fundada em 2011, conecta pacientes e provedores em tempo real através de um software que rastreia os sinais vitais de pacientes. O aplicativo coleta métricas, como dados de frequência cardíaca ou níveis de açúcar no sangue, também é possível a integração de dados com wearables. A plataforma oferece aos fornecedores e seguradoras formas de analisar grandes quantidades de dados usando inteligência artificial e aprendizado de máquinas.
Como diferencial, a medtech aposta em análises preditivas, diferentemente de seus concorrentes uMotif e LifeOnKey. Ou seja, algoritmos podem extrair inferências das métricas de um paciente para sugerir um diagnóstico ao médico.
Para Vahdat, CEO da Medopad, a China é uma grande oportunidade para a coleta de dados, dada a grande população do país. “Começamos a ir lá há quase quatro anos”, diz ele, “Nós queríamos chegar lá simplesmente por causa da escala de números. Se você tiver uma escala, você tem acesso a um recurso que ninguém possui “. A análise de dados é fundamental para o aprendizado da máquina, e um conjunto de dados maiores eleva a capacidade de previsões mais inteligentes.
Desde a sua criação, a empresa têm participado de vários ensaios e parcerias. Um exemplo é o piloto do King’s College Hospital, em Londres. A plataforma foi integrada com Apple Watches, e os pacientes submetidos a quimioterapia foram capazes de registrar a aderência e o gerenciamento de medicamentos.
“Vamos abrir uma série de escritórios em todo o mundo e contratar as pessoas mais talentosas à medida que crescemos nossas parcerias regionais. Nossa missão na Medopad é ajudar os pacientes que sofrem das doenças mais complicadas a receber melhores cuidados e viver vidas mais saudáveis com seus entes queridos “, disse Dan. A empresa prevê que seus negócios chineses irão ajudá-la a expandir-se internacionalmente e criar 500 empregos até 2020.
A Medopad também anunciou dois novos membros em seu conselho: Stuart Fletcher, ex-presidente da Diageo International, e Simon MacKinnon, presidente da Sinophi Healthcare. MacKinnon possui 30 anos de experiência trabalhando na China e na Ásia.
“A Medopad está mudando radicalmente a entrega do gerenciamento de saúde”, disse MacKinnon. “Com a China se tornando um centro mundial de tecnologia da saúde e inovação de AI, o governo chinês procura implementar soluções inovadoras para melhorar os resultados de saúde e reduzir custos”.
Na nomeação dos membros do conselho, Dan Vahdat acrescentou: “Stuart e Simon trouxeram mais de 50 anos de experiência comercial para a Medopad. A experiência nos maiores negócios de saúde do mundo fornecerá a perspectiva e orientação que a Medopad exige para escalar.”.