Recentemente, a Impact Biomedicine chamou atenção como primeiro grande exit do ano em Healthcare por seu tamanho e velocidade. Mas não foi de modo algum a única transação de ciências da vida considerável nos últimos meses. Até a última apuração de 2017, o Banco do Vale do Silício (SVB) contava com 31 IPO’s de biofarma com suporte de capital de risco, e recursos médios de US$ 81 milhões, o maior em cinco anos.
As aquisições, embora comparativamente lentas para as empresas de tecnologia e de ciências da vida no ano passado, também apresentaram alguns grandes resultados para as empresas farmacêuticas e de saúde.
Nos EUA, em 2017, os capitalistas de risco focados na saúde arrecadaram US$ 9,1 bilhões. Esse valor aumentou 26% em relação a 2016, de acordo com o Banco do Vale do Silício. Mais dólares também estão fluindo de empresas de risco que investem em uma mistura de tecnologia e ciências da vida através de um único fundo. Essa lista inclui capitalistas de risco bem estabelecidos, incluindo a Polaris Partners, Founders Fund, Kleiner Perkins e Sequoia Capital.
O investimento em startups está aumentando também. No total, os investidores colocaram US$ 21 bilhões em negócios de biotecnologia e saúde, tanto em fase inicial quanto em startups mais maduras. Desse total, US$ 14,5 bilhões estavam em startups baseados nos EUA, empatados com 2015 como maior valor em cinco anos.
Outro indicador de que o tema está em alta é o número crescente de fundos dedicados para investimento em ciências da vida e healthcare. No mês passado, uma das empresas de capital de risco mais reconhecidas do Vale do Silício, Andreessen Horowitz, arrecadou US$ 450 milhões para o seu segundo “fundo biológico”, que visa investir na interseção de biologia e engenharia. É mais que o dobro do tamanho do último fundo biológico da empresa.
Poucas semanas depois, a Y Combinator, incubadora mais conhecida do Vale, anunciou planos para a área de biotech, com foco inicial na longevidade e no tratamento de doenças relacionadas à idade. E meses antes, o fundador da Google Ventures, Bill Maris, deixou seu cargo na Alphabet para lançar uma nova empresa de capital de risco, chamada Section 32, que tem como foco primário as ciências da vida e os cuidados de saúde.
Uma análise dos dados da Crunchbase descobriu que, desde 2017, mais de US$ 3 bilhões em fundos de risco globais foram para empresas de biotecnologia e farmacêutica focadas em terapias de câncer, com cerca de dois terços dedicadas à startups americanas. Os maiores investimentos contra o câncer, em geral, se enquadram em duas categorias: drogas oncológicas e tecnologia de biópsia líquida.
Na frente farmácia, investidores apoiaram uma série de mega rounds para desenvolvedores de medicamentos contra o câncer. Grandes rodadas no quarto trimestre de 2017, por exemplo, incluíram US$ 150 milhões em fundos da Série A para Cullinan Oncology e uma rodada da Série C de US$ 107 milhões para a Arcus Biosciences.
Outras áreas atraentes para investidores em 2017 incluíram empresas de plataforma para biotecnologia, neurotecnologia e diagnósticos realizados por inteligência artificial. Olhando para os números recorde de fundos de risco para biotecnologia e saúde, está claro que os investidores estão conseguindo convencer seus próprios patrocinadores de que os resultados são muito promissores.